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Declarações verdadeiras – Parte 5

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Marcos 1:12,13

Texto Bíblico:

& 12 Logo depois o Espírito Santo fez com que Jesus fosse para o deserto. 13 Jesus ficou lá durante quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Ali havia animais selvagens, e os anjos cuidavam de Jesus. (Mc.1:12,13 NTLH)

Todo aquele que aceita o Evangelho verdadeiro deve entender logo de início que se deparará com duas grandes guerras: a interior, que o ocorre na mente e na alma, como a exterior, a qual é contra Satanás. Ninguém conseguirá lutar contra si mesmo e contra Satanás se não iniciar o seu caminho no Evangelho de modo correto.

Eu vejo o capítulo 1 de Marcos como o processo pelo qual o Evangelho se desenvolve, para alcançar e transformar nossas vidas. Vejamos:

  1. É necessário que ouçamos as “Boas Novas” de Deus, ou seja, o Evangelho de Deus em Cristo Jesus.
  2. Que nós reconheçamos nossa fragilidade espiritual e moral, a fim de participarmos do Seu Reino, princípios e Verdade.
  3. Que nós aceitemos Jesus como o “Filho de Deus”, o Ungido do Pai, Aquele que tem toda autoridade sobre a Igreja.
  4. Que nós permitamos a Jesus ter o livre acesso ao nosso íntimo, ou seja, espírito, alma e corpo.
  5. Que nós nos submetamos à Sua soberania, a fim de que Jesus seja o Senhor, Dono e Dirigente de nossas vidas.
  6. Que nós declaremos publicamente, pelo batismo nas águas, tanto a nossa fé em Cristo como o nosso desejo de viver uma nova vida em Deus, por meio Dele (Jesus).
  7. Que nós desejemos uma vida cheia do Espírito Santo, pois sem Ele, não conseguiremos viver para a alegria de Deus.

Praticamente foram essas coisas que vimos até agora em nossas meditações no primeiro capítulo do livro de Marcos. Vamos continuar?

O nosso texto base nos leva a considerar não apenas a pessoa e a obra de Jesus, mas a pessoa de Satanás também. No meio cristão, há duas correntes acerca de Satanás:

  • Há aqueles que subestimam a influência do Diabo e até a sua existência.
  • Há aqueles que superestimam a influência do Diabo, pois o veem em todo lugar e o culpam por todas as coisas erradas.

Como eu já disse no início, quem aceita o Evangelho de Jesus Cristo deve aprender a enfrentar as ofensivas e as tentações de Satanás. Todavia, nós devemos ser equilibrados com relação às obras do Diabo neste mundo. Ele só obterá sucesso com aqueles que não estão dispostos a lutarem contra si mesmos, ou seja, tanto contra o orgulho pessoal e o egoísmo.

Segundo Jesus, Seus apóstolos e muitos homens de Deus na Bíblia, nós temos a certeza de que Satanás é real e está ativo neste mundo. Então, aprendamos sobre o âmbito do seu poder:

Satanás como dominador do mundo (sistema filosófico afastado dos planos de Deus)

& Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está debaixo do poder do Maligno. (1 Jo.5:19 NTLH)

Satanás como o príncipe, ou aquele que manda na humanidade.

& 30 Mas ele disse: – Não foi por minha causa que veio esta voz, mas por causa de vocês. 31 Chegou a hora de este mundo ser julgado, e [o príncipe deste mundo] aquele que manda nele será expulso. 32 E, quando eu [Jesus] for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim. (Jo.12:30-32 NTLH)

Satanás como o inimigo da Verdade.

& 3 Porque, se o evangelho que anunciamos está escondido, está escondido somente para os que estão se perdendo. 4 Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é. (2 Co.4:3,4 NTLH)

Satanás como o pai da mentira.

& Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. (Jo.8:44 NTLH)

Satanás e o seu desejo incessante para ser “Deus”.

& 5 Aí o Diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe num instante todos os reinos do mundo 6 e disse: – Eu lhe darei todo este poder e toda esta riqueza, pois tudo isto me foi dado, e posso dar a quem eu quiser. 7 Isto tudo será seu se você se ajoelhar diante de mim e me adorar. (Lc.4:5-7 NTLH)

Satanás não é um deus, mas o seu desejo de sê-lo é constante. Ele recebeu da Adão e Eva, os primeiros governantes deste mundo, o direito de governá-lo, ou seja, todos aqueles que não querem ser fiéis e obedientes a Deus.

No entanto, ao tentar Jesus, ele tinha como objetivo conseguir de Jesus, caso o adorasse, a posição de Deus. Não era esse o seu objetivo quando ainda vivia no Céu? Nós temos aprendido que Jesus é Deus e se Ele adorasse Satanás, este adquiriria o direito de ser “deus” sobre todo o Universo. Porém, Jesus não agiu como Adão e Eva, isto é, Ele não deu a Satanás esse direito ou posição. Jesus não o adorou!

Então, de Adão e Eva, Satanás conseguiu o direito de governar o mundo. De Jesus não lhe foi dado a condição de se tornar um ser divino, pois Jesus não se prostrou diante dele.

Por que Jesus veio a este mundo? Ele não veio somente para nos salvar e nos aproximar de Deus, o Pai. Ele veio para destruir as obras do Diabo, segundo a declaração do apóstolo João:

& Aquele que pratica o pecado [que tem prazer e vive na prática do pecado] é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo [libertar, desamarrar, soltar as pessoas delas]. (1 Jo.3:8 NTLH)

O nosso texto base apresenta a primeira narrativa sobre a ação de Satanás sobre o “Filho de Deus” e o campo de batalha se deu no “deserto”. Então, nós dividiremos o nosso texto em duas partes: Como Jesus chegou ao deserto? (v.12) Por que Jesus tinha que estar no deserto? (v.13)

1. Como Jesus chegou ao deserto? (v.12)

& 12 Logo depois o Espírito Santo fez com que Jesus fosse para o deserto. (NTLH)

Jesus foi ao deserto pelo poder do Espírito Santo, por causa do plano de Deus para a Sua vida. Então, Jesus não está agindo de modo independente, mas em submissão e obediência ao Pai. O Espírito Santo é Deus – a Terceira Pessoa da Trindade.

Jesus vai ao deserto pela vontade de Deus e Ele foi com atitude de obediência e disposição plena para servir ao Criador, sem Se importar com ambiente. Jesus se dirigiu ao deserto em perfeita dependência da dependência de Deus.

A Sua atitude nos leva à cena do verso 13, pois nós já sabemos como Jesus chegou lá, mas qual a razão de Ele ter ido ao deserto e o que Ele encontrou naquele lugar?

2. Por que Jesus tinha que estar no deserto? (v.13)

& 13 Jesus ficou lá durante quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Ali havia animais selvagens, e os anjos cuidavam de Jesus. (NTLH)

Reparemos que Jesus permaneceu por 40 dias no deserto, sendo tentado por Satanás. Ele ficou em meio a animais selvagens e os anjos cuidavam Dele. Este verso nos leva a entrar em um ambiente que produz “ecos do passado”.

2.1. O eco que nos lembra sobre o período que o povo de Israel peregrinou no deserto.

O número “40” não pode deixar de trazer à mente os anos em que o povo de Deus permaneceu no deserto do Sinai – “40 anos”. Jesus está se identificando com o Seu povo. No batismo, Ele se identificou com aqueles que creriam em uma vida de compromisso com a vida elevada de Deus, através do batismo nas águas.

Jesus Se identifica como o “verdadeiro Israel” e, mais tarde, ao chamar os doze discípulos, Ele os identifica com as 12 tribos judaicas. Israel foi chamado de “filho de Deus”, mas não era um filho obediente, porém Jesus demonstrou outra atitude. Diferentemente de Jesus, o povo de Deus sempre reclamou da sua condição no tempo da sua peregrinação no deserto.

Tanto Israel como Jesus foram levados ao deserto, segundo o livro de Deuteronômio, para humilhá-los, ou seja, para que dependessem totalmente de Deus e provar a sua obediência.
O termo “humilhar”, na Bíblia, não significa fazer das pessoas “um capacho ou tirar-lhes a dignidade”, mas o sentido é de fazê-las reconhecer que sem a ajuda de Deus elas não chegarão à parte alguma. É fazer com que as pessoas reconheçam a sua fragilidade espiritual, moral e, portanto, busquem a Deus para viverem pelos Seus princípios e poder.

& 2 Lembrem como o nosso Deus guiou vocês pelo deserto esses quarenta anos. Durante essa longa caminhada, Deus os humilhou e os pôs à prova para saber se estavam resolvidos ou não a obedecer aos seus mandamentos. 3 Ele os deixou passar fome e depois lhes deu para comer o maná, uma comida que nem vocês nem os seus antepassados conheciam. Deus fez isso para que soubessem que o ser humano não vive só de pão, mas vive de tudo o que o SENHOR Deus diz. 4 Durante esses quarenta anos as roupas que vocês vestiam não ficaram gastas, e os seus pés não ficaram inchados. 5 Fiquem sabendo que o SENHOR, nosso Deus, os corrige como um pai corrige o filho. (Dt.8:2-5 NTLH)

2.2. O eco que nos lembra de Adão no Jardim do Éden.

Adão tinha que cuidar do Éden e lá encontrou Satanás, na forma de uma serpente. Eva, a companheira de Adão, foi tentada por Satanás, a fim de se rebelar contra as ordens de Deus. Em vez de ir contra a rebelião, Adão se omitiu, e pior, ele se uniu a ela!

O primeiro Adão falhou! Jesus é identificado pelo apóstolo Paulo como o “Último Adão”, o Espírito que dá vida. (cf. 1 Coríntios 15:45).

& Porque as Escrituras Sagradas dizem: “Adão, o primeiro homem, foi criado como ser vivo.” Mas o último Adão, Jesus Cristo, é o Espírito que dá vida. (1 Co.15:45 NTLH)

O deserto não pode ser comparado a um paraíso como o Éden, do qual Adão e Eva foram expulsos. No entanto, quando lemos no verso 12 que “o Espírito Santo fez com que Jesus fosse para o deserto”, o verbo grego usado por Marcos é “expulsar” e é o mesmo verbo usado por Jesus para expulsar demônios.

O que nisso quer dizer? Adão foi expulso do Éden, porém Jesus foi expulso de onde? No Éden, Adão ouvia a voz de Deus todos os dias e desfrutava da Sua presença. Jesus ouviu a voz maravilhosa de Deus no dia do Seu batismo e aquele lugar se encheu de alegria! Porém, logo em seguida, o Espírito O expulsa daquele lugar cheio da presença de Deus e O conduz ao deserto.

Por meio de Adão, toda a humanidade foi expulsa do “paraíso”, mas Jesus veio trazer o “paraíso” ou o Reino de Deus no deserto, a fim de reconduzir os que creem à presença de Deus!

2.3. O eco que nos faz lembrar das ameaças que há no deserto e do cuidado Divino.

O deserto é um lugar que ameaça a vida humana, pela falta das coisas necessárias ao seu sustento. Adão não tinha animais selvagens no Éden e possuía tudo o que era necessário para o seu sustento. No entanto, fora de lá, Adão teria que “dar duro” para conseguir o seu sustento diário.

No deserto da Judeia, Jesus não tinha árvores e frutos para sustentá-Lo, mas inúmeras ameaças à Sua vida. Ele tinha que depender totalmente de Deus, pois havia ameaças de todos os lados. De um lado, estava Satanás, e do outro, os animais selvagens. No entanto, a Sua atitude de obediência e submissão a Deus Lhe proporcionava o cuidado dos anjos, os servidores de Deus aos que são fiéis a Ele.

Que nós nunca nos esqueçamos que Satanás é comparado, na Bíblia, a um animal selvagem. Ele possui a astúcia de uma serpente. (cf. Gn.3:1-4; 2 Co.11:3; Ap.12:9; 20:2) Além da serpente ou da cobra, ele também é comparado ao escorpião. (cf. Lc.1019) Satanás é também comparado a voracidade de um leão, que procura devorar os descuidados na fé. (cf. 1 Pe. 5:8)

Com relação ao cuidado Divino, nós encontramos no texto bíblico, os anjos. Eles estão ajudando Jesus e ministrando a Ele as riquezas do Céu. Essa ação dos anjos me leva a lembrar de Elias que, após ter enfrentado os profetas de Baal, fugiu para o deserto com medo da rainha Jezabel. (cf. 1 Re.19:1-8) A missão de Deus na vida dele ainda não havia terminado e ele foi auxiliado pelo anjo do Senhor.

Jesus venceu o tentador e o deserto confiando na vontade do Pai e no poder do Seu Espírito. A Bíblia afirma que Jesus foi tentado em todas as coisas como nós, mas Ele não se desviou da presença e da vontade de Deus. Em todo o tempo, Ele manteve o Seu relacionamento com Deus e o teve como prioridade máxima da Sua vida. Porém, Satanás nunca O deixou sossegado, como sabemos.

Portanto,

  1. A nossa fé precisa ser testada e, por isso, Deus nos conduz ao deserto.
  2. Não entreguemos o governo de nossas vidas a Satanás no deserto.
  3. Aprendamos a confiar tanto no poder de Deus como na Sua Palavra no deserto.
  4. Confiemos na proteção Divina, por meio dos Seus anjos, diante das ameaças do deserto.
  5. Deus, em Cristo, sempre nos dará a provisão necessária para andarmos com Ele, para sairmos do deserto.
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