(Walter de Lima Filho – Terça – 09/12/2014)
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Judas 22, 23
Como nós devemos agir e reagir àqueles que estão contaminados com as doutrinas apóstatas, ou que agem sob um espírito de apostasia? É necessário ter discernimento espiritual e é isso que Judas nos ensina.
Judas apresenta três tipos de pessoas:
- Os que duvidam. (22)
- Os que estão caindo no fogo. (23ª)
- Os que oferecem perigo. (23b)
1. Tenhamos misericórdia dos que têm dúvidas.
Esse tipo de pessoa é a que está “vacilando”. Ela é convertida a Cristo, mas não está firmada na fé. E qual deve ser a nossa atitude em relação a esse tipo de pessoa? Como cristãos, devemos assumir a responsabilidade com misericórdia, procurando afastá-la dos que estão se perdendo em seus pensamentos apóstatas (afastados de Deus e de Sua Palavra).
Esse tipo de serviço cristão exige paciência e muita compaixão, pois os “duvidosos” são como crianças incapazes de distinguir entre o certo e o errado. Caso não tenhamos paciência com eles e demonstremos pouco amor, se tornarão rebeldes e obstinados pela emoção do espírito do erro.
Não basta refutar os erros de seus pensamentos, mas é necessário saber mostrar a grandiosidade da graça e misericórdia Divina para com eles. É necessário gastar tempo com essas pessoas e levá-las à Palavra de Deus, pois só desse modo, verão como ela é empolgante e edificante e se afastarão dos que “matam, roubam e destroem” a vida cristã.
Ora, tanto os falsos mestres como cristãos falsos, sabem escolher suas vítimas! Eles sempre estão à caça dos membros da Igreja que demonstram um espírito de descontentamento, pois esses “falsos” são pessoas amarguradas também.
O livro de Hebreus nos adverte quanto à raiz de amargura:
Tomem cuidado para que ninguém abandone a graça de Deus. Cuidado, para que ninguém se torne como uma planta amarga que cresce e prejudica muita gente com o seu veneno. (Hb.12:15 NTLH)
O autor de Hebreus lança um alerta, a fim de que sejamos diligentes para perceber quem está “andando longe” ou “atrasado” da graça ou bondade de Deus. Espiritualmente, essa pessoa é como se fosse um animal doente ou velho, que fica para trás em uma manada e é certamente o alvo perfeito para o “predador”, ou seja, os demônios e seus emissários humanos que se vestem de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
Esses falsos são pessoas já destruídas na fé e o seu intento único é envenenar com a sua picada mortal a vida cristã de outros. Quando uma pessoa é picada por alguma serpente, ela precisa urgentemente do antídoto, se não morrerá. Em muitas igrejas locais há pessoas sendo envenenadas com um evangelho falso e elas precisam urgentemente de pessoas que amem a Deus, a fim de socorrê-las!
Como Deus precisa de pessoas que se disponham a alcançar a maturidade, a sabedoria Divina, uma vida de unidade com Cristo, Sua Palavra e Seu Espírito! São estes os que possuem o antídoto contra essa gente falsa que se espalha entre nós, carregados de veneno mortal!
O apóstolo Pedro nos dá o seguinte conselho:
17 Mas vocês, meus amigos, já sabem disso. Portanto, tomem cuidado para não serem levados pelos erros de pessoas imorais e para não caírem da sua posição segura. 18 Porém continuem a crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Glória a ele, agora e para sempre! Amém! (2 Pe.3:17,18 NTLH)
A graça e o conhecimento acerca de Cristo nos foram dados quando nos voltamos para Ele, pela ação de Deus, pois Jesus afirmou que ninguém poderia ir a Ele se o Pai não lhe trouxesse. Todavia, crescer na graça e no conhecimento de Cristo é um esforço pessoal constante ou ainda uma busca incessante, e desprezar essa busca é uma desonra a Deus.
Eu fico pensando na pergunta (vou usá-la apenas como um princípio) que Jesus fez aos falsos religiosos, que ficaram irritados ao vê-Lo curando um paralítico:
“O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’ ou ‘Levante-se e ande’?” (Mt.9:5 NTLH)
Jesus estava mostrando a todos eles que Ele era Deus, pois só o Altíssimo poderia perdoar pecados.
Como princípio: o que é mais fácil? Buscar a graça e o conhecimento de Cristo ou viver reclamando de tudo e de todos, ser invejoso e beber o líquido do desânimo e da amargura? Que cada um responda por si! Continuar vivendo de qualquer jeito, ou buscar a misericórdia Divina e o entendimento espiritual? No entanto, aquilo que buscamos determinará o nosso futuro em relação à graça e à justiça de Deus.
Quando deixamos de buscar maturidade espiritual, significa que estamos desprezando tanto a Cristo como a Sua Igreja, pois não amamos, não edificamos ninguém, e pior, prejudicamos pessoas, devido à nossa fraqueza espiritual! Você certamente se lembra da história de Caim e Abel. Então, que nós não sejamos como Caim, que desprezou o conselho e o entendimento espiritual que o aproximaria de Deus, mas preferiu matar o seu irmão Abel.
2. Resgatemos aqueles que estão caindo no fogo.
Estes são aqueles que deixaram a comunhão e, embora façam parte de um grupo que está afastado de Deus e da Sua Palavra, ainda estão vacilantes. Eles não sabem se ficam ou se vão. Eles precisam ser arrebatados ou resgatados do fogo! Resgatar esse tipo de gente também faz parte do nosso serviço cristão.
Um bom exemplo do que estou dizendo sobre esse resgate espiritual encontra-se no Livro de Gênesis:
E, como ele estava demorando, os anjos pegaram pela mão Ló, a sua mulher e as suas filhas e os levaram para fora da cidade, pois o SENHOR teve compaixão de Ló. (Gn.19:6 NTLH)
Às vezes teremos que fazer o mesmo com cristãos que não possuem conhecimento, que são inconstantes e estão como prisioneiros de ensinamentos errados. Nesses casos, muita paixão e risco são necessários para tirá-los da morte para a vida. A nossa esperança é que eles, de alguma maneira, possam perceber a misericórdia Divina ao socorrê-los!
Mesmo vendo a misericórdia de Deus eles poderão voltar atrás, pois não foi assim com a mulher de Ló? E o mesmo se deu com o povo de Israel, sendo que Deus usou os lábios do profeta Amós para dizer o seguinte:
11 Eu destruí cidades, como fiz com Sodoma e com Gomorra; vocês escaparam como se fossem um galho que no último momento é tirado do fogo. Assim mesmo vocês não voltaram para mim. 12 Por isso, povo de Israel, eu os castigarei. E, já que vou castigá-los, preparem-se para se encontrar com o seu Deus. Eu, o SENHOR, falei. (Am.4:11,12 NTLH)
Deus reprova o Seu povo por não dar ouvidos às Suas advertências e julgamentos, ou seja, miséria, colheitas fracas, seca, pestes, guerras e julgamentos como o que aconteceu a Sodoma e Gomorra. Eles eram como um galho que “é tirado do fogo”, e, no entanto, não deram valor à bondade e graça de Deus.
Como é difícil arrastar de volta para os caminhos de Deus aqueles que se contaminaram com erros doutrinários de falsos mestres e que estão se afastando da graça Divina! Não é à toa que Paulo nos adverte:
Portanto, aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair. (1 Co.10:12 NTLH)
3. Ajudemos os que nos oferecem perigo, mas sempre com muito temor a Deus.
Nem todo cristão está preparado para lidar com essas pessoas, ou seja, as que foram influenciadas e capturadas pelos falsos cristãos ou mestres falsos. Para lidar com esse tipo de gente, é necessário ter um bom conhecimento da Palavra, uma vida de fidelidade a Deus, não ser ignorante acerca dos artifícios de Satanás, ser cheio do Espír
ito Santo e muita paixão pela Igreja do Senhor. Por quê?
Muitos, ao tentarem ajudar aqueles que estão já enredados no erro, não tomam os cuidados necessários e caem na mesma armadilha dos que estão sendo ajudados por eles! Isso acontece quando esses “ajudadores” não agem com temor a Deus. Eles querem ajudar, mas se doam com pouca ou nenhuma cautela.
Satanás sabe que cristãos verdadeiros virão em auxílio, ou em favor daqueles que abandonaram a comunhão da Igreja. Sabendo disso, o Inimigo usará o apóstata com argumentos “convincentes”, segundo os padrões deste mundo, a fim de persuadi-los a se tornarem também prisioneiros das suas mentiras.
Um cristão que se imagina forte não deve pensar que está imune às influências satânicas e mundanas, pois ele pode ser contaminado pela mesma maneira daquele a quem ele procurou auxiliar.
O apóstolo Paulo fala de um de seus companheiros no Evangelho, que voltou para o mundo:
Pois Demas se apaixonou por este mundo, me abandonou (…). (2 Tm.4:10 NTLH)
O verbo “apaixonar”, usado por Paulo, tem o sentido de “gostar muito, estar satisfeito ou contente com as coisas” mundanas. Imaginemos o quanto Demas aprendeu com Paulo sobre a bondade e as misericórdias de Deus, mas isso não parece ter sido o suficiente para ele! Demas, que lutava juntamente com Paulo para resgatar pessoas do mundo, acabou sendo mais um prisioneiro do espírito mundano!
Todos nós sabemos que devemos ter amor pelas pessoas, mas devemos aprender com Jesus que a nossa resposta a qualquer argumentação deve ficar dentro da dimensão do “sim, sim e não, não!”
Cuidado ao dar corda a um descontente, amargurado ou afastado dos caminhos de Deus. Não permita que tal pessoa domine a conversa com seus argumentos falsos, mas confie no Espírito Santo e na Palavra de Deus, falando calmo e claramente tanto das misericórdias como das intenções de Deus para com ele.
Não se deixe envolver pelas suas argumentações falsas e traiçoeiras, pois lembre sempre: a intenção dessa gente é destruir a sua vida espiritual. Lembre-se de que essa pessoa é uma emissária do espírito do engano, pois age sob o espírito do erro! Ela está sob a influência de Satanás e seus demônios! Todos nós sabemos que Satanás é o pai de todas as mentiras! (cf. Jo.8:44)
Por isso, Judas adverte que devemos odiar “até as roupas deles, manchadas pelos seus desejos pecaminosos.” Judas usa uma linguagem da cultura religiosa judaica: uma pessoa “pura que tocasse numa roupa “impura” ficaria contaminada. (cf. Lv.13:47-59; 14; 15) Judas usa a religião judaica como exemplo, a fim de não sermos contaminados com as ideias falsas e cheias de prazeres, que têm como origem o espírito do engano que age neste mundo.
A minha esperança é que Deus levante sempre pessoas em nosso meio, com muita paixão para ensinar e cuidar daqueles que estão conhecendo a Cristo, pois é mais fácil instruir novos convertidos e mantê-los afastados dos falsos cristãos e mestres falsos do que retirá-los da apostasia.