Juízes 6:11
11 Então o Anjo do SENHOR veio e sentou-se debaixo de um carvalho que havia perto do povoado de Ofra. Esse carvalho pertencia a Joás, que era da família de Abiezer. O seu filho, Gideão, estava malhando trigo no tanque de pisar uvas, escondido, para que os midianitas não o encontrassem. (Jz.6:11 NTLH)
Certa vez, eu ouvi alguém falar sobre a diferença entre bravura e coragem. O pregador definiu a bravura como a capacidade para enfrentar situações difíceis sem medo, enquanto a coragem é a disposição de enfrentar situações difíceis, mesmo sentindo medo. Quando penso em coragem, lembro-me de Gideão, o medroso, mas chamado por Deus de homem valente.
1. Reclamar e se omitir é mais fácil do que agir
[…] O seu filho, Gideão, estava malhando trigo no tanque de pisar uvas, escondido [Amedrontado, Gideão trabalhava de modo oculto ou velado], para que os midianitas não o encontrassem. (Jz.6:11b NTLH)
Quando Deus o chamou, onde ele estava? Gideão trabalhava “escondido”, pois tinha medo dos midianitas. Entretanto, o verso 12 diz que Deus chamou o medroso de homem valente ou corajoso.
Então o [i.e. não “um”, mas “o Anjo] Anjo do SENHOR (“Jesus”, no Velho Testamento) apareceu a ele e disse: — Você é corajoso, e o SENHOR está com você! (Jz.6:12 NTLH)
Então, Gideão, imediatamente, expressa suas crises emocionais e dúvidas sobre a fidelidade de Deus aos israelitas.
Gideão respondeu: — Se o SENHOR Deus está com o nosso povo, por que está acontecendo tudo isso com a gente? Onde estão aquelas coisas maravilhosas que os nossos antepassados nos contaram que o SENHOR costumava fazer quando nos trouxe do Egito? Ele nos abandonou e nos entregou aos midianitas. (Jz.6:13 NTLH)
Quando Gideão percebe com “Quem” estava falando, ele se diz insignificante:
14 Então o SENHOR Deus ordenou a Gideão: — Vá com toda a sua força e livre o povo de Israel dos midianitas. Sou eu quem está mandando que você vá. 15 Gideão respondeu: —Senhor, como posso libertar Israel? A minha família é a mais pobre da tribo de Manassés, e eu sou a pessoa menos importante da minha família. (Jz.6:14,15 NTLH)
Gideão não se sente confiante para fazer a vontade de Deus e, ao receber a ordem divina para melhorar a situação, ele recua, pois é mais fácil reclamar do que agir com coragem. Então, Deus lhe diz que o ajudaria a esmagar os inimigos (Juízes 6:16), mas Gideão, ainda cheio de dúvidas, pede um sinal, a fim de que era Deus que o chamava para uma missão tão difícil (Juízes 6:17).
2. Os créditos de todas as vitórias ou sucessos pertencem a Deus
É fácil criticarmos Gideão e, especialmente, quando, assim como ele, vivemos em um mundo onde vitórias e sucessos dependem de mentiras, abuso de poder, negociações ilícitas e manipulações. Então, nós questionamos: “É possível ser bem-sucedido, ou ter uma vida vitoriosa, acreditando em Deus e na Sua Verdade em um mundo onde a mentira e a violência predominam?”
Quando pensamos acerca do presente e o futuro, assim como Gideão, nós nos sentimos inadequados, sem recursos espirituais e morais. A razão é que impregnamos nossas mentes com muitos pensamentos mundanos e deixamos de viver em comunhão com Deus. Por essa razão, quando nos deparamos com uma ordem divina, nós nos sentimos amedrontados, incapazes e medrosos quanto ao que poderemos perder.
Deus quer fortalecer a fé do Seu povo e Gideão pede provas. Primeiro: ele pede que o novelo fique molhado e o chão seco. Segundo: ele quer que o chão fique molhado e o novelo seco. Na verdade, Gideão está pedindo garantias de Deus.
O SENHOR fez o que ele pediu. Então, para a batalha, Gideão juntou 22.000 homens, mas o SENHOR disse que havia gente demais. Por fim, Deus lhe deu 300 homens e com eles é que Gideão deveria contar! (Juízes 17:1-7) A garantia da vitória não deveria estar nos recursos humanos, mas na confiança e submissão ao poder e à Palavra de Deus. O crédito da vitória deveria ser de Deus e ao Seu poder, a fim de que a Sua glória fosse manifestada!
3. Deus espera nos observar o que somos Nele e não o que somos em nós mesmos
Como Gideão se sentiu? Corajoso ou amedrontado? Para tranquilizar Gideão e libertá-lo do espírito do medo, Deus pede que ele e seu ajudante fossem até o acampamento dos midianitas e lá, ouvissem o que eles diziam sobre a situação. (Juízes 7:10-14) Gideão reconheceu o agir de Deus e, voltando para perto dos 300 homens, mostrou-lhes a estratégia que deveria ser adotada no ataque. (Juízes 7:15-25)
Deus conhece a vida interior daqueles a quem Ele chama. Gideão teve um encontro e conversou face a face com “O ANJO DO SENHOR” enquanto malhava o trigo. Mesmo assim, ele se sentiu desconfiado e medroso. Gideão pediu sinais, e esses lhes foram dados, mas continuou com medo. Gideão tentou esconder o seu medo de Deus, mas o SENHOR o tranquilizou ao perceber o que se passava no interior da vida dos midianitas. O medo deles era maior do que o que ele sentia. Então, ele agiu sob o poder e as orientações divinas.
Em toda a Bíblia, nós aprendemos que a vontade de Deus foi realizada por homens que se sentiam fracos e incapazes. Três exemplos:
- Moisés: “Eu não sei falar! Quando falo, eu me atrapalho! Envia outra pessoa!” (Êxodo 4:10-13)
- Jeremias: “Eu não sei falar, pois não passo de um jovem imaturo!” (Jeremias 1:4-10)
- Paulo: “Remova esse espinho da minha carne!” (1 Coríntios 12:9,10)
O que foi dito a Paulo resume o que Deus requer de todos os que Ele chamou e tem chamado:
“A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas fraquezas [i.e. falta de força ou recursos humanos], para que assim a proteção do poder de Cristo esteja comigo. (2 Co.12:9 NTLH)
4. Deus requer de nós coragem e não bravura
Nós vivemos tempos difíceis, terríveis e Deus requer coragem para confiarmos Nele! Deus não está procurando a nossa força, mas, de nós, um espírito de confiança, submissão, fidelidade e obediência ao que Ele nos ensina e propõe. Ele requer que Lhe demos o coração, a atenção aos Seus conselhos e que andemos nos Seus caminhos (Provérbios 23:26).
Que nós, em todas as nossas lutas e sofrimentos, dependamos do poder de Cristo Jesus e não dos nossos próprios recursos. Que dependamos dos recursos provenientes da Sua graça, pois deles é que precisamos para que, bem-sucedidos, terminemos a nossa carreira sobre a Terra.
A minha esperança é que nós aceitemos a verdade que nada somos sem Jesus. Ele, através da Sua graça, é a nossa Força, a nossa Fonte de coragem e de todos os recursos divinos, os quais nos ajudam a superarmos nossos temores e incapacidades pessoais!
Que Deus nos abençoe!