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Eu reconheço a minha necessidade do Evangelho?

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Romanos 1:16

Texto Bíblico:

Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. (Rm. 1:16 NTLH)

O que Paulo está dizendo aqui, qual a sua primeira declaração? Que ele não se envergonhava do Evangelho. Paulo reconhecia a sua necessidade, a sua carência, a sua fragilidade, a sua pobreza espiritual. Com certeza, poderia ter outros motivos, mas quando diz que não se envergonha (ou não se ofende) do Evangelho, é porque o Evangelho dava respostas, subsídios para a sua fragilidade espiritual, para a sua dependência de Deus. Ele mesmo declarou em 1 Timóteo 1:15:

O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior. (1 Tm. 1:15 NTLH)

Paulo reconhecia sua necessidade do Evangelho da Salvação, pois ele mesmo declarou ser o pior dos pecadores e sabia que o Evangelho era o meio pelo qual ele poderia conhecer, cada dia mais, a Cristo. E nós, somos capazes de reconhecer a gravidade dos nossos pecados, da nossa desobediência, das nossas omissões diárias, da nossa negligência diante dos Mandamentos do Evangelho, a ponto de declarar a nós mesmos o quão miseráveis somos? Será que nos preocupamos mais com estas questões do que com o que iremos comer, beber ou vestir ou se teremos dinheiro para pagar as contas? Como nós nos denominamos? Como nós nos julgamos? Quais preocupações temos em nosso dia a dia?

É muito comum minimizarmos, diminuirmos a importância do pecado e suas consequências, nos acostumamos com nossas deficiências, erros e omissões porque acreditamos que sempre teremos uma outra oportunidade, que amanhã é um novo dia. Então, as preocupações tomam conta daquilo que deveria ser primordial em nossas vidas: o reconhecimento dos nossos erros, as consequências e gravidade que advêm do nosso pecado. Tudo isso deve permear os nossos pensamentos no trabalho, em casa, no lazer, nas férias, na doença, na pobreza, na riqueza. Nada é mais importante do que isso: como eu lido com minhas deficiências? Como eu lido com meus erros? Só entenderemos a importância do Evangelho em sua vida quando reconhecer, verdadeiramente, a gravidade dos seus pecados e sua necessidade da Salvação.

Eu louvo a Deus por estar nesta igreja onde se prega o Evangelho genuíno, verdadeiro, sem medo de apontar para os nossos pecados, para os nossos erros, nos dando a oportunidade de reconhecê-los e a chance de nos arrependermos e voltarmos para o nosso Pai, com um espírito quebrantado e arrependido. Deus, através do seu Evangelho nos machuca, mas tem o bálsamo que precisamos, o remédio que sara as nossas feridas, isto é, se olharmos corretamente e enxergarmos o Evangelho como ele é, se entendermos e reconhecermos nossas deficiências. Então, o Evangelho será o poder de Deus para nos restaurar, nos levantar, nos tirar do marasmo, da ineficiência.

Nós devemos valorizar o que recebemos aqui em nossa igreja, que é fruto de muito sacrifício e renúncia, de muita coragem de falar para quem não quer ouvir e aconselhar a quem tem os ouvidos tapados. Cabe a nós termos a decisão de aceitar ou não este Evangelho que tanto precisamos. Muitos pregadores hoje em dia não estão falando sobre o pecado e suas consequências e, por causa disso, você não consegue apreciar a graça de Deus e muito menos compreender a importância de se temer ao Senhor. Nos torna preguiçosos espirituais, fazendo com que nos acomodemos e paremos de buscar a Deus, pensando que Ele, como Senhor, é quem deve dar o que preciso.

Muitos pregadores dizem que não falam muito sobre o pecado em suas igrejas porque preferem falar sobre o amor de Deus, mas eles se esquecem o que Jesus disse em João 16:8, que o ministério prioritário do Espírito Santo é convencer o mundo (as pessoas) do pecado.

Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas têm uma ideia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus. (Jo. 16:8 NTLH)

Quando nos aproximamos de Deu, a primeira coisa que Ele nos faz é fazer olharmos para nós mesmos, pois se não, não teríamos como olhar a Deus e nos interessarmos por Ele, a menos que saibamos que somos carecedores Dele e, assim, daremos valor ao que Ele está oferecendo: a Salvação verdadeira!

Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. (Rm. 3:23 NTLH)

Sem reconhecermos o valor exato do pecado, nós não conhecemos a Deus verdadeiramente. Deus não comunga com o erro, com a falsidade, com a negligência, com a displicência. Ele não aceita estas coisas porque é justo e verdadeiro.

Na criação, somos os únicos seres que dizem a Deus: “não”, “agora não”, “não é meu interesse no momento”. Se continuarmos desta maneira, um dia iremos nos encontrar com Ele e, se Deus nos rejeitar, todo o Universo, que clama a Deus, dirão “amém”, numa condenação geral.

O que o mundo oferece que tanto nos apaixona? Nada! O mundo é egoísta, orgulhoso e não nos oferece nada de bom, mas o Evangelho, sim! Ele nos aponta os erros, nos mostra nossas falhas, mas nos aponta para a direção da Eternidade. Portanto, a nossa esperança deve estar lá, onde Deus quer que estejamos! Mas, para isso, precisamos compreender e lutar com todas as nossas forças contra aquilo que quer nos subjugar, nos afastar deste caminho.

Muitas pessoas têm dificuldade de lutar contra seus erros, dificuldades e deficiências, têm dificuldade de obedecer a Deus, porque não O conhecem, nem Seu caráter e atributos. Só ‘conhecem’ sua bondade, mas não reconhecem que Ele é justo. Pensam em Deus como um subserviente e perderam a imagem verdadeira de Deus, o temor, respeito, reverência; não entendem a santidade, têm dificuldade em aceitar a renúncia e a morte do eu.

Quando o Senhor viu que as pessoas eram muito más e que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas […] (Gn. 6:5 NTLH)

Pode ser que você não cometa erros ‘graves’, mas você tem lutado para fazer a vontade de Deus, mesmo falhando, e compreender a realidade e consequência dos seus erros e desobediência? Uma vez o Walter nos ensinou que quem não lê a Bíblia todos os dias está em pecado.

O capítulo 6 de Gênesis é um pouco antes do Dilúvio. Deus eliminou a raça humana da terra, mas nem o Dilúvio foi capaz de lavar o coração do homem, que continuou pecador, autossuficiente e pervertido. Se não pensamos em nossos erros e não lutamos contra eles – diariamente – estamos em conformidade com eles.

O cheiro dos sacrifícios agradou ao Senhor, e ele pensou assim: “Nunca mais vou amaldiçoar a terra por causa da raça humana, pois eu sei que desde a sua juventude [infância] as pessoas só pensam em coisas más. (Gn. 8:21 NTLH)

Não podemos nos esquecer de nossa natureza humana e sua condição pecaminosa, e de que Deus é justo. Adão e Eva erraram uma vez, e foi o suficiente para serem expulsos do Éden e lançarem o Universo ao caos.

Como dizem as Escrituras Sagradas: Não há uma só pessoa que faça o que é certo […] (Rm. 3:10 NTLH)

Nós devemos nos atentar para a nossa condição humana, pecaminosa, para então entendermos a Deus e Seu processo de Salvação e aceitarmos o plano divino sobre nossas vidas.

Quando vemos igrejas cheias, a tendência é acharmos que o Evangelho está progredindo, que está acontecendo um avivamento, que as pessoas estão lutando contra si mesmas para aceitarem a Cristo, mas a verdade é que, a maior parte, é só um aglomerado de pessoas que não querem dedicar suas vidas a Deus, mas só querem que Deus faça algo pela vida delas. Se ‘aproximam’ de Deus não pelo que Ele é, mas pelo que podem conseguir Dele e isso não é crescimento, nem avivamento, nem conversão.

Todos se desviaram do caminho certo, todos se perderam. Não há mais ninguém que faça o bem, não há ninguém mesmo. (Rm. 3:12 NTLH)

Muitas vezes, acatamos que o fato de que “atuarmos” na igreja é algo bom, mas se não agimos da maneira correta, para a glória de Deus, se não nos renunciamos, não é o bem, de fato, que estamos fazendo. Estamos somente esperando algo em troca, mas sem refletir nem acrescentar nada no Reino de Deus.

Ainda hoje muitos acreditam que só guardar os mandamentos ou cumprir os usos e costumes, nos salvará e nos levará ao Céu. Mas já aprendemos que a Lei não nos traz salvação, mas nos condena e nos mostra quem somos, para que nos humilhemos e nos rendamos a Deus. Muitas vezes cantamos sem prestar atenção na letra, ou vamos à igreja, mas não retomamos o estudo durante a semana, mas isso é tomar o nome de Deus em vão.

O meu povo não quer saber de mim e por isso está sendo destruído. E vocês, sacerdotes, também não querem saber de mim e esqueceram as minhas leis; portanto, eu não os aceito mais como meus sacerdotes, nem aceitarei os seus filhos como meus sacerdotes. (Os. 4:6 NTLH)

Um país sem a orientação de Deus é um país sem ordem. Quem guarda a lei de Deus é feliz. (Pv. 29:18 NTLH)

Quando não há ensinamento ou correção, as pessoas se sentem livres e se acham no direito de fazer aquilo que elas julgam ser atitudes boas, pensando que Deus irá aceitar tudo isso quando, na verdade, Ele está rejeitando. Não há mais pregação do Evangelho porque as pessoas não se interessam mais.

Deus está nos chamando para compreendermos, pararmos e nos avaliarmos, a fim de não nos enganarmos e que não tenhamos uma surpresa ao fechar nossos olhos. Quando Deus nos chama, junto com este chamado vem muita reponsabilidade. Nós somos separados deste mundo para fazer a vontade de Deus, não a nossa. Somos separados deste mundo para que os planos de Deus se realizem em nossas vidas, e o que fazíamos antes de conhecer a Cristo, que não façamos mais. Que não nos conformemos com nossos erros e entendamos o peso do pecado. Quantas vezes Deus vai nos perdoar? Quantas vezes cometemos os mesmos pecados? Os anos passam e, ao invés de estarmos mais fortes e maduros, nos acomodamos.

Que o Espírito Santo nos convença e que desejemos fazer a vontade Dele acima de todas as coisas!

Que Deus nos abençoe!

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