Romanos 8:14
Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (Rm.8:14 NTLH)
Nós entendemos que “aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus [i.e. os que aceitam ser dirigidos por Deus para alcançarem e viverem para os Seus objetivos] são filhos de Deus”.
Nós temos aprendido que Deus e Seus recursos são a nossa força, que a Sua vontade deve estar acima da nossa, pois Ele deve ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. É para estas razões que o Espírito Santo nos guia, e assim os objetivos do Eterno serão alcançados e estabelecidos.
Lembremos o que eu compartilhei na semana passada: o Espírito Santo sempre guiará os que são chamados por Deus a irem para o “deserto”, a fim de que sejam provados acerca da sua cooperação e compromisso com os Seus planos ou objetivos. Assim aconteceu com Moisés (vd. Atos 7:30; Êxodo 3:2), o povo de Israel (vd. Êxodo 15:22,23; Números 33:8) e o Próprio Jesus. (vd. Mateus 4:1-11)
Por não entendermos o verdadeiro sentido do termo “deserto”, muitos cristãos têm sido ensinados a clamarem a Deus, a fim de que, pelo Seu poder, não permaneçam lá. Essa ideia contraria a definição divina sobre o “deserto” e a sua importância na vida dos filhos de Deus. Essas coisas nós veremos em outra oportunidade.
1. A primeira reação humana é fugir e não permanecer nos desertos
Para muitos, o deserto é um lugar ou tempo de sofrimentos, solidão e escassez. Ouvimos de muitos cristãos o seguinte: “Estou passando por muitos sofrimentos, tristezas, abandono, não tenho amigos, ninguém para me ouvir, conversar e me faltam recursos. O meu momento é um deserto, e se Deus me livrar dessa situação, eu vou morrer!” Não foi isso o que os israelitas disseram a Moisés?
E disseram a Moisés: — Será que não havia sepulturas no Egito? Por que você nos trouxe para morrermos aqui no deserto? Veja só o que você fez, nos tirando do Egito! (Êx.14:11 NTLH)
Rapidamente, os Hebreus não deram valor a tudo o que Deus já havia feito por eles, esqueceram-se do Seu amor, graça, poder e propósitos e duvidaram do Seu poder para guiá-los e sustentá-los “sobrenaturalmente” no deserto. (vd. Salmos 106:7)
2. Argumentos lógicos fazem com que você duvide do poder de Deus e da Sua liderança
Muitos cristãos falam do poder de Deus, mas o negam quando, por meio de justificativas próprias, fogem do trabalho sobrenatural divino e buscam recursos no que lhes parece mais natural e lógico. O seu argumento lógico é o de estarem resolvendo problemas, quando, na verdade, eles estão buscando comodidade, conforto e vontades próprias e tentando se desvencilhar de futuros problemas pessoais. Não querem correr riscos.
Farei uso de um texto que mencionei no domingo passado, a fim de observarmos “os desertos” de Paulo e o que ele “aprendeu” neles:
8 Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos derrotados [i.e. no final, aprendemos como superar as aflições]. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados [i.e. no final, aprendemos como superar as dúvidas]. 9 Temos muitos inimigos, mas nunca nos falta um amigo [i.e. no final, aprendemos que Deus sempre nos dá um amigo, o qual nos dará a ajuda necessária]. Às vezes somos gravemente feridos, mas não somos destruídos [i.e. no final, nós aprendemos que sempre devemos continuar firmes na condição que Deus nos colocou, pois só Ele é Quem determina como será o fim de tudo]. (2 Co.4:8,9 NTLH)
No plano espiritual, não se recuse a cruzar o seu deserto, seja nesse em que você está ou naquele ao qual ainda será conduzido por Deus. Não crie ou busque caminhos próprios, pensado encontrar neles segurança e soluções. Lute para não ceder aos desejos da sua natureza humana, pois, se assim fizer, duvidará do poder sobrenatural de Deus e dos recursos da Sua graça.
Lembre que Deus não faz acordo com os orgulhosos, egoístas e com os que buscam somente satisfazer as suas vontades. Por mais lógicos que sejam os seus argumentos, eles sempre serão insuficientes para que Deus concorde com eles.
Paulo aprendeu que não precisava fazer acordos com a lógica humana, a fim de que livre das suas aflições, dúvidas, falta de amigos, das perseguições ferozes, ou de qualquer outro infortúnio, faria mais para Deus, dependendo do poder e da graça de Cristo Jesus e cruzaria os seus desertos. Vejamos:
8 Três vezes orei ao Senhor, pedindo que ele me tirasse esse sofrimento. 9 Mas ele me respondeu: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas fraquezas, para que assim a proteção do poder de Cristo esteja comigo. 10 Eu me alegro também com as fraquezas, os insultos, os sofrimentos, as perseguições e as dificuldades pelos quais passo por causa de Cristo. Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a força de Cristo em mim. (2 Co.12:8-10 NTLH)
Os verdadeiros filhos de Deus sabem que devem ser guiados pelo Espírito Santo e, vez ou outra, eles serão conduzidos a desertos por razões divinas. Na próxima semana, eu pretendo compartilhar sobre as razões de Deus nos conduzir aos desertos e não nos tirar deles. Espero que o Eterno esteja edificando sua vida através desses ensinamentos.
Que Deus nos abençoe!