(Walter de Lima Filho – Terça – 05/03/2013)
João 4:1-3
Durante cinco semanas nós estudamos o capítulo três de João, sobre o encontro de Jesus com Nicodemos e como Ele apresentou o Seu Evangelho àquele líder e mestre em Israel. Com Nicodemos, Jesus usou termos teológicos, pois ele era professor de teologia em Israel.
Hoje, iniciaremos um estudo no capítulo quatro de João, quando Jesus fala do Seu Evangelho a uma mulher samaritana, a qual não possuía instrução teológica e como Jesus lhe apresentaria o Evangelho?
1. Jesus nunca coloriu o Evangelho de cor de rosa para ganhar a atenção das pessoas!
Conhecendo a vida daquela mulher, Jesus sabia o que ela precisava ouvir, para que fosse trazida a uma vida de fé. Aquela mulher possuía uma vida emaranhada de adultérios e divórcios. Perante a sociedade daquela época, ela era considerada uma proscrita, abandonada, comparada a uma prostituta comum. Quem se importaria com uma pessoa assim?
Na conversa que Jesus teve com essa mulher, Ele não coloriu o Evangelho de “cor de rosa” para ganhar sua atenção. Jesus sempre falou a Verdade e teria que conduzir a conversa, até que a mulher samaritana pudesse encarar sua própria indiferença, lascívia, egocentrismo, imoralidade como o seu preconceito religioso.
2. Jesus e Seu Evangelho diante de dois extremos.
O caminho evangelístico de Jesus vai a dois extremos. Nicodemos era judeu e ela samaritana. Os dois povos não se davam. Nicodemos era homem; ela, mulher. Nenhum rabino poderia ficar conversando com uma mulher. Nicodemos era um líder religioso; ela, uma adúltera. Nicodemos era culto; ela, uma ignorante. Nicodemos era membro da classe alta e era rico; ela, da mais baixa e era pobre. Nicodemos reconheceu que Jesus havia vindo de Deus; ela, nem sabia quem Ele era.
Como cristãos, nós devemos estar preparados para responder a quem nos indague acerca da nossa fé, pois assim nos ensina o apóstolo Pedro: Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e O tratem como Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm. (1 Pe.3:15 NTLH)
Nós sabemos explicar muito bem sobre várias coisas de nossas atividades diárias. Nós sabemos explicar as razões profissionais de estarmos estudando um determinado curso. Porém, é triste quando um cristão não pode explicar a sua fé!
3. Três razões que levaram Jesus até o poço de Jacó?
Primeira razão: Ele precisava sair da Judéia. Quando Jesus ficou sabendo disso (…). (4:3 NTLH) O que Jesus soube? Que os religiosos estavam comentando o Seu sucesso ministerial e possivelmente queriam vê-Lo. (4:1) Aqui há três coisas a considerar:
1. Os líderes religiosos odiavam João Batista porque ele ensinava a verdade e eles o condenavam por isso.
2. Nós já sabemos sobre o “nó” mental e espiritual que Jesus deu em Nicodemos; portanto, imagine o que pensavam de Dele!
3. Quanto mais pessoas iam vê-Lo, mais os líderes religiosos ficavam aflitos! É a partir daqui, que Jesus enfrentaria uma perseguição ferrenha por parte dos religiosos fariseus.
Segunda razão: Jesus deixa essa região pela direção de Deus e não por medo, mas para evitar uma confrontação desnecessária com os religiosos. Não era a vontade de Deus que Jesus ficasse ali discutindo teologia com pessoas preconceituosas. Lembremo-nos do conselho de Paulo a Timóteo: (…) que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis. Eles querem ser mestres da Lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza. Sabemos que a lei de Deus é boa, se for usada como se deve. (1 Tm.1:5-8 NTLH)
Terceira razão: Jesus obedecia a Deus e Ele queria que Jesus atendesse a um compromisso Divino junto ao poço de Jacó. Certa vez, Jesus disse aos religiosos: (…) Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons. (Mc.2:17 NTLH)
Se Jesus tomasse o caminho convencional dos judeus, Ele contornaria a região de Samaria e não teria tantos problemas com os Seus perseguidores. Os judeus não se davam com os samaritanos. (4:9)
No passado os judeus de Samaria se casaram com assírios, adotaram os seus deuses, rejeitaram Jerusalém como centro de adoração e construíram o seu próprio templo no Monte Gerizim. Eles eram considerados pelos judeus como mais abomináveis que os gentios. O ódio dos judeus pelos samaritanos perdurou por séculos.
4. É preciso coragem para testemunhar a nossa morte em Cristo.
Ao entrar em Samaria, Jesus está quebrando barreiras culturais e religiosas para levar àquele povo o Seu Evangelho. Nós ainda veremos como Jesus pregou o Seu Evangelho à mulher samaritana. O importante para nós hoje, é que Jesus teve coragem de levar a Palavra de Deus para fora dos “cercados” da Sua própria religião. A Bíblia diz através de Paulo: Ele quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade. (1 Tm.2:4 NTLH)
Para alguns, é muito mais “saboroso” discutir questões religiosas, do que fazer a vontade de Deus, porque para fazê-la, é necessário um espírito de coragem. Paulo disse: Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche d
e poder e de amor e nos torna prudentes. Portanto, não se envergonhe de dar o seu testemunho a favor do nosso Senhor (…) (2 Tm.1:7,8 NTLH)
A palavra “testemunho”, usada por Paulo no verso oito é “martúrion” no grego, ou seja, martírio. Nós não devemos nos envergonhar de falar da nossa morte em Cristo, para que por meio Dele tenhamos a vida verdadeira. A raiz da palavra “martúrion” é “mártir” e ela aparece em Atos 1:8: (…) quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra. (NTLH)
5. Fazer a vontade de Deus deve ser a maior prioridade de nossas vidas.
O próprio Jesus disse: Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele as deixará completamente satisfeitas. (Mt.5:6 NTLH) Já “cansado” por andar muito tempo num clima muito quente, Jesus chega ao poço de Jacó. Nós cremos que Jesus é “Deus encarnado” e por ter um corpo humano, Ele Se cansou. Entretanto, o Seu cansaço físico não O impediu de fazer a vontade de Deus.
Jesus estava no local determinado, na hora determinada por Deus e Jesus estava determinado a fazer a vontade do Pai. Jesus quebrou as normas religiosas para levar o Seu Evangelho a uma única, triste e desafortunada mulher! Ele recusou ser procurado pelas multidões para salvar uma única vida! Que testemunho!
Que nós tenhamos o mesmo sentimento de Paulo acerca da sua missão em Cristo: O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza de Cristo. Pois para mim viver é Cristo, e morrer é lucro. (Fp.1:20,21 NTLH)