Texto base:
Números 21:5-9
Com muita frequência, observamos pessoas, inclusive, algumas delas com bastante tempo de igreja e envolvidas em inúmeras atividades, abandonando a vida cristã e voltando para as antigas práticas religiosas, ou querendo ser cristãs apenas em casa ou buscando igrejas com doutrinas duvidosas, que pregam o que elas desejam ouvir. Quando isso acontece, normalmente nos perguntamos: Por que isso aconteceu? O que aconteceu com a pessoa?
Talvez não tenhamos uma resposta precisa a esse respeito, mas se formos verdadeiros, temos que admitir que muito tempo antes dessa mudança drástica acontecer, estas pessoas começaram a questionar as mensagens, a forma como são pregadas, a liderança e a maneira como os ministérios são conduzidos. Com o tempo, elas perderam a capacidade de encontrar algo de bom na igreja. Portanto, antes mesmo de saírem, elas já estavam fora, pois quebraram um princípio espiritual da mais alta importância e que muitas vezes é ignorado, que é o princípio da autoridade espiritual, e terão que pagar o preço por isso.
5e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: — Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados desta comida horrível! 6Aí o Senhor Deus mandou cobras venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos israelitas. 7Então o povo foi falar com Moisés e disse: — Nós pecamos, pois falamos contra Deus, o Senhor, e contra você. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente. Moisés orou ao Senhor em favor do povo, 8e ele disse: — Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado. 9Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado. (Números 21:5-9 NTLH)
1. Seja grato e não despreze o que Deus tem feito por você
e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: — Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados desta comida horrível!(Números 21:5 NTLH)
Nesse verso, podemos observar que o povo reconhecia tudo o que Deus tinha feito por eles, reconhecia que Moisés era obediente a Deus em tudo, como também que Moisés era o meio que Deus escolheu para realizar todas essas coisas. Por outro lado, motivado por seus desejos pessoais, o povo começa a questionar o propósito e a forma de Deus realizar as coisas, como também o que Ele lhes entregava por meio de Moisés. Ou seja, estavam ignorando tudo o que Deus fez por eles e o líder que Ele escolheu, como também estavam desprezando e rejeitando o suprimento divino.
Ao fazermos uma análise mais apurada desse verso, podemos observar quatro problemas muito comuns no povo de Deus ainda hoje, que são eles:
1.1. – Desprezo pelo sacrifício de Cristo na cruz – Depois de um tempo que as pessoas se convertem, elas se acostumam com a vida cristã e entram na rotina. Por consequência, elas ignoram de onde Deus as tirou e o que Ele fez para elas desde então;
1.2. – Conversões emocionais – Depois de um tempo após terem se convertido, parece que de uma hora para outra elas mudaram a maneira de olhar para as coisas e de pensar, passando a considerar o que os outros recebem (em outras igrejas) como sendo melhor do que aquilo que elas têm experimentado, ou seja, elas querem apenas se sentir bem e ser quem não são;
1.3. – Crítica ao pastor ou à liderança – Por desejarem que a igreja seja do seu jeito, como também por se considerarem as únicas pessoas capazes de colocá-la nos eixos, passam a contestar a liderança e o pastor, ignorando o chamado de cada um, como também a submissão e obediência deles a Deus;
1.4. – Desprezo às bênçãos de Deus – Por manterem uma mente material e terrena, não conseguem ser felizes com a condição que Deus lhes têm dado, muito menos com o que tem recebido da parte Dele, passando a escolher o tipo de benção que desejam.
O único antídoto para tudo isso, ou a única forma de evitar cair em uma delas, impedindo que a vida espiritual entre em uma condição de rotina, é o verdadeiro louvor e a gratidão.
Que todo o meu ser louve (i.e. se ajoelhar, se render) o Senhor, e que eu não esqueça (i.e. deixar de cuidar) nenhuma das suas bênçãos! (Salmos 103:2 NTLH)
Nesse verso, podemos ver a disposição do salmista em louvar e ser grato a Deus. Porém, o detalhe mais importante é o fato dele estar dando ordens para si mesmo, pois o seu ser natural não tem a mesma disposição do seu ser espiritual.
2. A ingratidão é o caminho da queda
Aí o Senhor Deus mandou (i.e. fez brotar) cobras venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos israelitas. (Números 21:6 NTLH)
Quando olhamos o texto no original, notamos que Deus não criou cobras novas, mas permitiu que as que já existiam na região atacassem o povo. Com isso, entendemos que Deus estava protegendo-os desses males do deserto, mas por conta da rebeldia do povo, Ele simplesmente tirou a mão e permitiu que elas atacassem.
É importante destacar que essas cobras não saíram atacando a todos aleatoriamente, mas apenas aqueles que se encontravam na condição de murmuradores, mostrando mais uma vez, a exemplo do que ocorreu no Egito, que Deus faz distinção entre os que são Seus e os que não são.
Com isso, podemos entender que a cobra, que é uma ilustração de Satanás e seus demônios, só pica aqueles que se perdem em seus desejos e emoções. Seu veneno domina todo o corpo e leva o indivíduo à morte, ou seja, ao afastamento total de Deus, por ele trilhar o caminho do Inferno.
5E vocês, jovens, sejam obedientes aos mais velhos. Que todos prestem serviços uns aos outros com humildade, pois as Escrituras Sagradas dizem: “Deus é contra os orgulhosos, mas é bondoso com os humildes!” 6Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo. 7Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês. (I Pedro 5:5-7 NTLH)
3. O arrependimento é o caminho para se levantar
Então o povo foi falar com Moisés e disse: — Nós pecamos (i.e. se perder ou se afastar do caminho), pois falamos contra Deus, o Senhor, e contra você. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente. Moisés orou ao Senhor em favor do povo, (Números 21:7 NTLH)
Neste verso, podemos observar duas coisas. A primeira delas é que existe a necessidade da pessoa reconhecer quem está sendo, o que está fazendo, concordar com Deus, se arrepender e retornar ao caminho.
Em segundo lugar, é necessário restabelecer o critério da autoridade espiritual definido por Deus, pois somente pode abençoar Aquele que tem maior autoridade ou poder, que no caso é Deus, por intermédio dos Seus escolhidos.
7Depois que acabou de falar com Jó, o Senhor disse a Elifaz, da região de Temã: — Estou muito irado com você e com os seus dois amigos, pois vocês não falaram a verdade a meu respeito, como o meu servo Jó falou. 8Agora peguem sete touros e sete carneiros, levem a Jó e ofereçam como sacrifício em favor de vocês. O meu servo Jó orará por vocês, e eu aceitarei a sua oração e não os castigarei como merecem, embora vocês não tenham falado a verdade a meu respeito, como Jó falou. (Jó 42:7-8 NTLH)
4. A salvação é proposta por Deus e não escolhida por nós
8e ele disse: — Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado (i.e. voltar à vida ou reviver). 9Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado. (Números 21:8-9 NTLH)
O primeiro ponto que podemos observar é que Deus não eliminou as cobras ou deu ordens para que elas se afastassem do acampamento, como acontecia antes, mas propôs uma solução individual para as pessoas se manterem livres delas ou se restaurarem caso tivessem sido picadas, pois as cobras agora eram uma das consequências do pecado.
É exatamente o que acontece com nossas vidas. Deus não vai nos livrar de nossas lutas, perseguições e consequências de nossas escolhas feitas fora da vontade de Deus, mas Ele nos oferece uma solução para não sermos dominados ou destruídos em meio a elas e voltarmos à vida verdadeira.
A solução que Deus deu ao povo no deserto foi uma cobra de metal suspensa em um poste e isso simbolizava a crucificação de Jesus no futuro. Portanto, para nós é a mesma solução, porém ela não é mais um símbolo, mas uma realidade, pois o Senhor Jesus já foi crucificado e ressuscitou. Sendo assim, precisamos olhar para o sacrifício de Cristo na cruz e assim teremos a possibilidade de revivermos.
14— Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, 15para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. 16Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo. (João 3:14-17 NTLH)
Portanto, as benções divinas seguem um fluxo estabelecido por Deus, que é por meio das autoridades que Ele estabeleceu para as nossas vidas. Quando interrompemos esse fluxo, passamos a viver em uma condição conhecida por maldição, ou seja, temos consciência das bênçãos divinas, mas não podermos acessá-las ou desfrutá-las.
A única forma para voltarmos ao fluxo da benção divina é nos reconciliando com Deus e com as autoridades que Ele estabeleceu, a fim de que o princípio de autoridade espiritual seja restabelecido.
Que Deus nos conceda um coração humilde para reconhecermos e nos mantermos debaixo das autoridades espirituais que Ele estabeleceu para as nossas vidas, a fim de não só desfrutarmos das bênçãos divinas, mas trilharmos o caminho para a terra prometida (Céu), pois Deus deu a elas o mapa.
Que Deus nos abençoe!