Marcos 1:14,15
Texto Bíblico:
& 14 Depois que João foi preso, Jesus seguiu para a região da Galiléia e ali anunciava a boa notícia que vem de Deus. 15 Ele dizia: – Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho. (Mc.1:14,15 NTLH)
Ao longo dessas semanas, a minha esperança é de que essas meditações sobre o Reino de Deus tenham sido de grande valia para você. É dentro do Reino de Deus que somos capacitados pelo Eterno com todos os Seus recursos espirituais, que nos influenciam a termos atitudes adequadas em relação a pessoas e circunstâncias no mundo em que vivemos.
Fora dessa dimensão espiritual oferecida por Deus, nós nos tornamos incapazes tanto de agradá-lo como de servi-Lo corretamente, pois as nossas ações, em todos os âmbitos, são usualmente egoístas.
Não basta ser um conhecedor profundo e professor das Escrituras Sagradas para afirmar que é participante do Reino de Deus. Permita-me voltar ao texto, no qual Jesus alertou o professor da Bíblia, Nicodemos, sobre “ver e entrar” no Reino de Deus. (cf. Jo.3:3,5)
& 3 Jesus respondeu: – Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo. 5 Jesus disse: – Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. (Jo.3:3,5 NTLH)
Todo estudante da Bíblia pode adquirir certo conhecimento teórico sobre o Reino de Deus, mas isso não lhe garante estar desfrutando do mesmo. Quando Jesus disse a Nicodemos sobre a questão de “ver” o Reino, o sentido é de a pessoa “discernir, adquirir conhecimento no intuito de experimentar suas condições e determinar o que se fazer com ele”. Isso só pode acontecer se quando a pessoa “nasce de novo”, ou seja, quando ela se alinha com Deus e passa a viver para Ele com fidelidade – arrependimento e fé.
Então, a seguir, Jesus lhe fala sobre “entrar” no Reino de Deus e a pessoa só poder fazer isso pelo mesmo processo que cite anteriormente – arrependimento e fé. Os agentes para que isso aconteça são a Palavra de Deus (água) e o Espírito que nos ajuda a vivermos alinhados com Deus, por meio da Verdade Divina.
Nota: Lembremos do que já lhes falei anteriormente: o nosso planeta estava imerso em águas profundas, sem vida e sendo preparado para ser recriado por Deus, por meio da Sua Palavra. O Espírito Santo estava lá, preparando a recriação. No Dilúvio as águas cobriram a Terra e todo ser vivo foi morto. Somente Noé e sua família foram salvos da grande enchente. A água representa a Palavra de Deus, o agente que cobre o nosso caos interior e é por meio dela que somos recriados pelo Criador, pelo poder do Espírito Santo. O Espírito Santo é o Agente que nos dá poder para obedecermos a Deus e a andarmos em novidade de vida em Cristo Jesus, após a obra de recriação em nosso ser.
Esse alinhamento com Deus acontece quando:
- O Reino de Deus e todos os Seus recursos nos são dados. (Mt.5:3)
- Nós nos mantemos em comunhão com Deus no Seu Reino. (Mt.5:4-6)
- Desejamos servir a Deus, abençoando o nosso próximo. (Mt.5:7-9)
- Nós nos mantemos alegres em Deus, mesmo sendo perseguidos por causa da Sua Verdade. (Mt.5:10-12)
Ninguém entra no Reino de Deus por méritos próprios, mas a permanência nele se dá pelos méritos da obediência.
Um dia, o Reino de Deus será físico e abrangerá toda a Terra. (cf. Ap.20:1-5) Jesus reinará com cetro de ferro sobre toda a humanidade e o Seu governo será justo, honesto e próspero. (veja Is.9:6,7) A Glória e o conhecimento de Deus encherão toda a Terra como as águas cobrem o mar. (cf. Hc.2:14)
Entretanto, hoje em dia, o Reino de Deus não é físico, mas espiritual. Ele é Jesus vivendo no interior de quem atendeu ao Seu chamado, se alinhou com Deus e que procura viver numa atitude de fidelidade ao Criador. Jesus não rege nossas vidas com “cetro de ferro” como acontecerá no futuro, mas procura nos convencer dos perigos do nosso orgulho, egoísmo e interesses pessoais.
A Sua proposta é estabelecer dentro de nós um governo de justiça, retidão e de amor a Deus, a fim de sermos úteis aos planos do Criador e abençoarmos o próximo com a graça que recebemos do Pai.
Nota: Assim como a Terra foi restaurada por Deus para receber o Jardim do Éden, o qual prefigurava a pessoa de Jesus, nós também precisamos ser espiritual e moralmente transformados para receber a Cristo dentro de nós!
Então, o Reino de Deus é o próprio Jesus Cristo, pois Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, não é mesmo? (cf. Ap.19:16) Portanto, antes que o Reino de Cristo seja implantado fisicamente sobre a Terra, a fim de trazer a ela a verdadeira justiça, paz, amor e prosperidade, el
e precisa ser implantado nos membros da Sua Igreja, ou seja, espiritualmente em cada um de nós.
No Reino futuro de Cristo sobre a Terra, o mundo conhecerá a Deus por meio do Rei Jesus, entretanto, como o mundo de hoje pode vir a conhecer o Criador? Somente por meio da Igreja, a qual manifesta a vida e o caráter do Seu Rei, que é Jesus!
O mundo atual somente poderá conhecer e experimentar a verdadeira justiça, a paz, o amor verdadeiro e as bênçãos de Deus, por meio da Igreja, caso ela se esforce para manifestar o caráter de Jesus, o “Fruto do Espírito Santo”. O apóstolo Paulo ensina o seguinte:
& Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. (Rm.8:29 NTLH)
O texto deixa claro que nós fomos chamados por Deus, a fim de sermos dedicados a Ele e para um propósito especial: sermos “parecidos” com Jesus. Paulo não se refere somente ao que seremos na eternidade à semelhança de Cristo, mas ao que devemos ser aqui neste mundo, ou seja, devemos ser parecidos com Jesus na maneira de pensar e agir nas diferentes situações.
Então, tudo começa com a prática dos princípios do Reino dos Céus, os quais foram ensinados por Jesus em Mateus 5 – as Bem-Aventuranças. Nós aprendemos muito sobre elas em meditações anteriores. Porém, qual é o objetivo de praticarmos esses princípios? A razão dos mesmos é para que não pratiquemos as obras da carne e aprendamos a viver pelo Espírito de Deus.
O que são as obras da carne ou da natureza humana? O apóstolo Paulo nos diz em Gálatas 5:
& 19 As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, 20 a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, 21 as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não receberão o Reino de Deus. (Gl.5:19-21 NTLH)
Todas essas atitudes são produtos do orgulho, do egoísmo, pois geram interesses e prazeres pessoais. Os que vivem na prática de tais coisas não respeitam a Deus e nem no próximo e, portanto, elas não podem receber o Reino de Deus, pois essas atitudes não se harmonizam com os princípios do Reino, os quais visam inibir o ego, ou seja, o orgulho e o egoísmo.
Quando nós praticamos os princípios do Reino de Deus “crucificamos a natureza humana”, “morremos para nós mesmos”, a fim de vivermos para Cristo e sermos parecidos com Ele, tanto na forma de pensar como de agir. O apóstolo Paulo nos diz nos versículos seguintes, sobre o que devemos produzir neste mundo com o auxílio do Espírito Santo, para sermos semelhantes a Jesus. Vejamos:
& 22 Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, 23 a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei. 24 As pessoas que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a natureza humana delas, junto com todas as paixões e desejos dessa natureza. 25 Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida! 26 Nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros. (Gl.5:22-26 NTLH)
Toda essa lista de atitudes representa o caráter de Jesus, pois Ele foi o “Fruto do Espírito Santo” em Maria, a sua mãe. Quando aprendemos a morrer para nós mesmos e aceitamos a vontade Divina sobre nós, por meio da prática dos princípios do Reino de Deus (as Bem-Aventuranças), o Espírito Santo também gera em nós a vida de Jesus e esse é o maior objetivo do Evangelho de Deus e Seu Reino! Isso é fácil? Claro que não! Porém, Deus nos chamou para isso, então, que nos esforcemos!
Da mesma maneira que as Bem-Aventuranças acontecem de uma vez só como já expliquei, o mesmo se aplica ao “fruto” do Espírito. Você não pode praticar o primeiro item da lista, que é o amor, sem praticar ao mesmo tempo os demais. Vejamos:
Para amar, eu preciso estar alegre ou ter prazer em Deus. Eu preciso estar sob os termos de Deus (paz) e ser paciente. É necessário que eu seja íntegro ou honesto moralmente falando e com educação (delicadeza). Que eu seja um instrumento da graça e do poder de Deus (bondade) com fidelidade (fé ou obediência). Que eu reconheça a minha incapacidade pessoal de praticar essas coisas por mim mesmo e que eu dependa da ajuda de Deus (humildade). Por fim, que eu procure fazer a Sua vontade e não a minha, ou seja, que eu procure os Seus interesses e não os meus. (domínio próprio)
Com certeza, nós iremos falhar, pois somo falíveis, propensos ao erro, devido ao nosso
orgulho e egoísmo. Entretanto, nós precisamos ser “humildes” (dependentes de Deus), dominarmos a nós mesmos, termos o desejo de sermos fiéis a Ele, para que sejamos “bondosos”. Então, refletimos na nossa vida espiritual e moral, a fim de sermos pacientes tanto conosco como com o nosso próximo e com “paciência” nos submetemos aos termos de Deus (paz). Nós reconstruímos nossas atitudes tendo como base o “amor” e a nossa “alegria” ou prazer em Deus.
Então, nunca se esqueçam de quatro passagens chaves das Escrituras Sagradas:
- Os Dez Mandamentos. (Êxodo 20:1-17)
- O Grande ou O Maior Mandamento. (Mateus 22:34-40)
- Os Princípios do Reino. (Mateus 5:3-12)
- O Fruto do Espírito. (Gálatas 5:22-25)
Esses textos das Escrituras Sagradas (a Bíblia) devem estar sempre diante dos nossos olhos e dentro dos nossos corações, pois eles são a base de todo ensinamento espiritual, moral e bíblico, que nos levam a praticar o Evangelho de Deus e a experimentarmos as Suas bênçãos sem fim!
Eu espero ter compartilhado com vocês princípios valiosos, que os farão chegar mais próximo de Deus e das Suas bênçãos em Cristo Jesus, o nosso Senhor. Essa é a minha esperança, e que Deus nos abençoe!