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O Evangelho e o Arrependimento – Parte IV

(Walter de Lima Filho – Terça – 05/11/2013)

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Mateus 3:8

Nós temos aprendido ao longo destas quatro semanas sobre a importância do arrependimento para a salvação. A Bíblia não enfatiza o termo, mas a atitude e os frutos do arrependimento.

Muitas pessoas pensam que arrepender-se é apenas ficar triste. No entanto, sentir essa tristeza e não pensar como Deus pensa para mudança de comportamento, pode levar a atitudes ainda piores.

1. O mau exemplo de Saul.

Lembremo-nos de Saul, que repreendido por Samuel concordou ter pecado contra Deus e o que ele fez? Pediu que Samuel fosse com ele para que adorasse a Deus, mas o profeta lhe disse: (…) Não voltarei com você. Você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor o rejeitou como rei de Israel! (1 Sm.15:26 NVI)

Saul pensava que estando ao lado de um homem ungido de Deus, receberia alguma ação positiva a seu favor da parte de Deus. Jamais pense que pelo fato de estar “frequentando” uma boa igreja, onde há homens e mulheres realmente de Deus e cheios do Espírito Santo, você terá alguma vantagem Divina. Muitos que pensam assim estão errados!

Ninguém nesta vida pode se responsabilizar por você e pelos seus atos diante de Deus. Quando Deus já decidiu excluir alguém da Sua comunhão, não há este ou aquele, que possa mudar os Seus desígnios.

Saul, insistindo para que Samuel o acompanhasse se agarrou com tanta força à barra do seu manto, que este se rasgou. Samuel lhe disse que seu reino lhe havia sido tirado pelo Senhor e dado a alguém melhor que ele, no caso, a Davi. É triste, mas uma vez que uma pessoa é excluída dos propósitos do Senhor, está dispensada e não adianta insistir.

Volto a lembrar-lhes que Saul foi rejeitado como rei e não como filho de Deus, mas seu orgulho o levou a tirar a sua própria vida e ele perdeu a sua salvação eterna! Ele era obsessivo pela sua posição nesta terra e não amou ao Senhor e nem o povo Dele como deveria. Ele reconheceu o seu erro, seu pecado, mas não mudou o seu coração ou as intenções de sua alma de acordo com a Palavra de Deus e Saul perdeu a salvação e a eternidade ao lado do Senhor.

Cuidado para não seguir o exemplo de Saul, pois ele era um homem que vivia pecando e essa sua experiência, o afastou da presença e da Palavra do nosso Bom e Justo Deus. Deus é Bom, mas Ele não é “bonzinho”, “Aquele que vai sempre aceitando tudo” como muitos pensam.

Portanto, atente à verdade apresentada pelo apóstolo João: Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado [i.e. não vive na prática do pecado], porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus. Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo: quem não pratica a justiça [a condição aceitável para Deus] não procede de Deus; e também quem não ama seu irmão. (1 Jo.3:9,10 NVI)

Parafraseando o texto de João: A pessoa que nasceu na família de Deus não faz do pecado um costume, porque agora a vida de Deus está nela e, portanto, ela não pode continuar pecando, pois esta vida nova nasceu dentro dela e a domina – ela nasceu de novo. Assim, agora, podemos dizer quem é filho de Deus e quem é de Satanás. Todo aquele que vive uma vida de pecado e não ama a seu irmão mostra que não está na família de Deus.

O apóstolo João ainda nos diz: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado; aquele que nasceu de Deus [Jesus Cristo] o protege, e o Maligno não o atinge. (1 Jo.5:18 NVI) O pensamento de João é que ninguém que passou a fazer parte da família de Deus faz do pecado um hábito, pois Cristo, o Filho de Deus, o guarda com segurança, e o diabo não pode pôr as mãos nele!

Voltando para a vida de Saul, nós sabemos que ele passou a ser atormentado por um espírito mau e a razão é que ele adotou o pecado como uma prática comum em sua vida. Ele amou a desobediência, em vez de uma vida submissa a Deus e à Sua Palavra. Ele ficou triste, mas não se arrependeu e não produziu frutos do arrependimento.

Saul não reconheceu ser pobre de espírito e não pôde experimentar o Reino dos Céus. Ele não chorou suas misérias da sua alma e não pôde ser fortalecido por Deus. Saul não se rendeu a Deus e não pôde herdar as promessas de Deus. Essas atitudes impediram que ele buscasse uma vida que agradasse a Deus e que manifestasse a Sua glória pelos seus atos.

Compare a disposição de Saul com o que Jesus ensinou em Mateus 5:3-6, onde o Senhor deixa claro que esta deve ser a primeira experiência espiritual, antes de qualquer realização religiosa. Sem essa experiência inicial, tudo o que a pessoa fizer dentro da Igreja do Senhor será uma grande mentira e ela hipócrita!

Jesus não usou o termo “arrependimento”, mas o explicou de modo prático ao falar do pobre de espírito, daquele que chora, do que é manso, ou seja, daquele que se rende a Deus, e a partir daí, o seu coração muda. Em vez de buscar apenas os seus desejos pessoais, a pessoa passa a buscar uma vida que agrada a Deus, a fim de que Ele manifeste toda a plenitude da Sua graça em tudo o que fizer. Isso fica claro nas palavras de Paulo: Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. (1 Co.10:31 NVI)

2. O arrependimento é a base para o chamado bíblico para a salvação.

Usando o exemplo de Saul, eu pretendi mostrar que o arrependimento tem sido a base do chamado bíblico para a salvação e uma vida dirigida pelo Espírito Santo. Lembremo-nos do apelo de Pedro no dia de Pentecoste, na primeira reunião pública de evangelização da Igreja em Jerusalém: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. (At.2:38 NVI)

Quando há arrependimento sincero diante de Deus, Ele perdoa os
pecados e derrama do Seu Espírito para dentro da pessoa que se arrependeu, pois é só por meio do Espírito de Deus que alguém pode produzir frutos espirituais e dignos da glória do Pai.

Voltando para a experiência de Saul, a Bíblia nos mostra que Deus retirou o Seu Espírito da vida dele, ou seja, o próprio Deus Se retirou dele. O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava. (1 Sm.16:14 NVI) Ora, se o Espírito Santo sai de uma pessoa, quem poderá entrar no Seu lugar, se não um espírito maligno?

Então, alguém me diria que isso é coisa do Velho Testamento! Isso não é verdade, pois Paulo nos diz: Não apaguem o Espírito. (1 Ts.5:19 NVI) O verbo apagar significa extinguir, sufocar, abafar, suprimir a influência Divina. Mas como a pessoa faz isso? Não retendo o que é bom pela Palavra de Deus a ela pronunciada e não se afastando de toda a forma do mal. (cf. 1 Ts.5:20,21) Se uma igreja abafa a influência de Deus, quem irá governá-la, se não o Diabo?

Jesus disse ao pastor da igreja em Pérgamo e à igreja: (…) Conheço as suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto. (Ap.3:1 NVI) Então o Senhor diz: Lembre-se, portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se. Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você. (Ap.3:3 NVI) Que ninguém se faça de “ouvidos de mercador” diante destas palavras do Senhor, tanto o pregador quanto cada cristão!

3. Jesus ilustra a hipocrisia de uma profissão de fé sem arrependimento. (Mt.21:28-31)

Nessa parábola, Jesus define dois tipos de religiosos:

• Aquele que finge ser religioso, mas que na verdade é rebelde.

• Aquele que começa como rebelde, mas que se arrepende.

Há muitos cristãos hoje em dia que vivem na ilusão de que Deus está aprovando o fato de exteriorizarem grandemente a sua religião, mas tudo não passa de uma obra externa. Eles são como o filho que disse que iria obedecer, mas não o fez. Eles dizem que amam a Deus e que guardam os seus mandamentos, mas não produzem frutos espirituais.

Muitos em nossos dias creem em Jesus, mas se recusam a obedecê-lo, pois a sua profissão de fé é superficial. É muito triste dizer isso, mas a menos que se arrependam, perecerão!

O arrependimento não é sinônimo de fé, pois ele exige muito mais do que uma mudança de mente. Arrepender não é deixar a incredulidade e crer, mas é uma mudança de mente promovida com a ajuda do Espírito Santo e que faz com que a pessoa mude o seu comportamento e se comprometa com a missão do Reino de Deus nesta Terra.

Eu sei que isso não é fácil, mas atentemos às palavras do apóstolo Pedro. E, “se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e praticar o bem. (1 Pe.4:18,19 NVI)

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