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O êxodo da fé nos últimos tempos – Parte 2: O êxodo da vida eterna para a morte eterna

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1 Timóteo 4:1

Texto Base:

O Espírito de Deus diz claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé. Eles darão atenção a espíritos enganadores e a ensinamentos que vêm de demônios. (1 Tm.4:1 NTLH)

Nós vimos que a palavra “êxodo” significa “saída ou abandono espontâneo” de um povo de um lugar para outro, emigração (deixar provisória ou permanentemente um país ou lugar). Essa saída é “espontânea”, porque é uma ação que envolve convicções, desejos e decisões pessoais devido ao resultado de observações e reflexões, sem qualquer imposição opressora de terceiros. Então, nós tratamos sobre a saída do povo de Deus do Egito.

Deus “não obrigou” que todos saíssem de lá, mas que os hebreus aceitassem a libertação da escravidão egípcia e rumassem à Terra Prometida, segundo a promessa divina. (vd. Gn.12:1-7; Gn.15:18) Portanto, o “êxodo” (a saída) do Egito revela que houve “espontaneidade”, tanto por parte dos hebreus como dos estrangeiros que os acompanharam.

Todos os que aceitaram e confiaram na Palavra de Deus, decidiram colocar-se sob a liderança de Moisés e “saíram” para o deserto, rumo à terra da promessa. Entretanto, no deserto, muitos deles confrontaram a liderança divina, provocando a ira de Deus quando construíram um bezerro de ouro e deram a ele a glória que pertence somente a Deus. Na adoração ao bezerro de ouro, eles se envolveram em um ritual repleto de desordem moral. Portanto, do Egito, praticaram o “êxodo” da morte para a vida e, no deserto, o “êxodo” da vida para a morte.

Por que após terem visto tantos sinais e milagres divinos, eles tomaram essa decisão? Vamos voltar no tempo, até a Eternidade, na habitação de Deus, onde ocorreu a primeira deslealdade ao Criador. Lúcifer escolheu o pecado, transformou-se em Satanás e tem feito de tudo por meio dos seus esquemas ou armadilhas para que o imitemos e abandonemos a fé genuína.

1. Avalie a reação divina ante as suas escolhas

Antes de se tornar “o inimigo ou o adversário da Verdade”, Satanás era um anjo (Querubim) criado por Deus como um ser inteligente, poderoso e que comandava todos os outros anjos na adoração a Deus. Em certo momento, ele tomou uma decisão errada: desejou estar acima de Deus, criou uma rebelião na habitação do Altíssimo e foi expulso da Eternidade.

Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, usa a pessoa do rei da Babilônia como uma figura para exemplificar o que aconteceu àquele anjo, o qual se tornou Satanás.

12 Rei da Babilônia, brilhante estrela da manhã, você caiu lá do céu! Você, que dominava as nações, foi derrubado no chão! 13 Antigamente você pensava assim [i.e. agindo orgulhosamente, falava, afirmava e prometia a si mesmo]: “Subirei até o céu e me sentarei no meu trono, acima das estrelas de Deus. Reinarei lá longe, no Norte, no monte onde os deuses se reúnem. 14 Subirei acima das nuvens mais altas e serei como o Deus Altíssimo.” 15 Mas você foi jogado no mundo dos mortos, no abismo mais profundo. (Is.14:12-15 NTLH)

Observe os verbos no verso 13: “pensar, subir, sentar e reinar”. A ideia é que ele intentava (tinha a vontade, pretendia, planejava) ter o seu próprio trono, governar os anjos e competir com a soberania de Deus. Desse modo, ele imaginava se tornar semelhante ou igual a Deus! Ele fez da ganância e do poder o seu objetivo ou propósito pessoal de vida. Lembre-se sempre do que Jesus ensinou acerca de fazer dos interesses pessoais o seu propósito de vida. (vd. Mt.10:39; Mt.16:25)

Ao abandonar o “amor a Deus” como propósito de vida, ele foi expulso da “Eternidade”, um lugar em que não há tempo e espaço e muito menos a morte. Observe o verso 15 e repare que ele foi jogado para o mundo dos mortos, um abismo que o separava da presença de Deus.

O anjo Querubim (Lúcifer), o qual era o anjo protetor da glória de Deus, capacitado com grande conhecimento, sabedoria, conhecedor da justiça divina e que era eterno, agora é um ser arruinado, tanto espiritual como moralmente falando, designado a viver, por enquanto, na esfera da morte (a viver separado da glória de Deus) e destinado à morte eterna (a separar-se eternamente da glória e da presença de Deus)!

Mesmo vivendo no Céu, essa condição não impediu a sua desonestidade, de ser desleal e de não atender aos propósitos divinos para os quais fora criado.

2. Seja leal a Deus e aos Seus propósitos, independentemente do ambiente em que estiver

Vamos ler no livro de Ezequiel uma passagem paralela sobre a queda de Lúcifer. Deus diz:

13 “Você vivia no Éden, o jardim de Deus [trata-se do Céu e não do jardim do Éden na Terra], e usava pedras preciosas de todo tipo: rubis e diamantes; topázio, berilo, ônix e jaspe; safiras, esmeraldas e granadas. Você tinha joias de ouro que foram feitas para você no dia em que foi criado.” 14 Eu fiz de você um anjo protetor, com as asas abertas. Você vivia no meu monte santo e andava pelo meio de pedras brilhantes 15 A sua conduta foi perfeita [i.e. saudável, íntegra de acordo com a verdade] desde o dia em que foi criado, até que você começou a fazer o mal. [i.e. a desviar-se da Verdade e agir contra Ela] 16 Você ficou ocupado, comprando e vendendo, e isso o levou à violência e ao pecado. Por isso, anjo protetor, eu o humilhei e expulsei do monte de Deus, do meio das pedras brilhantes. 17 Você ficou orgulhoso por causa da sua beleza, e a sua fama o fez perder o juízo. Então eu o joguei no chão a fim de servir de aviso para outros reis. (Ez.28:13-17 NTLH)

Os passos errados de Lúcifer na Eternidade que culminaram na sua destruição:

  • Ele vivia na presença de Deus, da Sua riquíssima e resplandecente glória. (vs.13, 14b)
  • Ele era um anjo protetor, pois o seu trabalho era o de fazer com todas as hostes celestiais celebrassem a grandeza e a glória de Deus. (v.14)
  • Aos olhos do Criador, a sua conduta era perfeita, saudável e de acordo com a Verdade, desde a sua criação. (v.15a)
  • Ele passou a resistir e enfrentar a Deus, que é a Verdade, e começou a praticar o que é mau. (v.15b)
  • Iniciou uma campanha de orgulho próprio, engrandecendo a sua imagem na habitação de Deus. (v.16a)
  • Não cuidou do seu caráter e deixou de cumprir a missão para a qual foi destinado; então, foi humilhado e expulso do Céu e da presença da glória divina. (vs.16b,17a)
  • Ele serve de exemplo a não ser seguido por aqueles que ousam desafiar a soberania de Deus e se colocar acima Dele. (v.17b)

A Palavra de Deus diz que o salário do pecado é a morte (a separação de Deus). (vd. Rm.6:23) Ao ser humano, ainda há a possibilidade do arrependimento e do perdão divino, o que é impossível aos seres angelicais. Entretanto, o que precisamos destacar é que mesmo estando na presença de Deus, isso não nos impede de cometermos a loucura de resisti-Lo.

Que nós avaliemos muito bem as nossas escolhas e conduta, pois se elas comprometem a nossa lealdade a Deus, isso provocará a Sua ira (indignação e punição). (vd. Rm.1:18) Lealdade é sinônimo de fidelidade e fé.

Portanto, não havendo fidelidade e obediência à Verdade, a fé é abandonada, a pessoa possui apenas a crença em Deus, mas não se sujeita a Ele. Satanás não perdeu a sua crença em Deus e O conhece muito bem. O conhecimento de Deus é notório por todo o seu exército de demônios, os quais creem em Deus e tremem de medo diante Dele. (vd. Tg.2:19)

A minha esperança é que aceitemos o aviso de Deus, conforme vimos no texto bíblico, para não seguirmos o exemplo de um anjo que vivia na presença do Todo-Poderoso e que ousou resisti-Lo, tentando colocar-se acima Dele e abandonou o seu propósito de vida.

Que nós, primeiramente, lutemos contra nós mesmos para não cairmos nas ciladas dos desejos das nossas paixões humanas e dos esquemas satânicos, os quais visam nos enganar, prometendo uma vida de prazer e soberania sobre a Terra.

Que nestes dias não abandonemos a fé, mas que sejamos leais ao nosso chamado, cumprindo fielmente o que nos foi proposto por Deus em qualquer situação. Lúcifer fez a sua escolha e nós faremos as nossas, e que estas não se assemelhem às que ele fez, ainda mais porque o “Grande Dia” se aproxima!

Que Deus nos abençoe!

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