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Salmos 73:1-3
Texto Base:
Salmo de Asafe. Na verdade, Deus é bom para o povo de Israel, ele é bom para aqueles que têm um coração puro. Porém, quando vi que tudo ia bem para os orgulhosos e os maus, quase perdi a confiança em Deus porque fiquei com inveja deles. (Sl.73:1-3 NTLH)
Asafe, durante a sua vida, havia aprendido a verdade que Deus é bom para o Seu povo. Porém, o que ele via parecia contradizer o que havia aprendido. Isso o levou a uma atmosfera de confusão e dúvidas sobre Deus. Então, vemos Asafe como que saindo de um terreno firme e sólido para um solo escorregadio.
Porém, quando vi que tudo ia bem para os orgulhosos e os maus (quando fixei a minha visão sobre o sucesso e a felicidade deles), quase perdi a confiança em Deus (quase me afastei do caminho certo) porque fiquei com inveja deles. (Sl.73:2,3 NTLH)
Não há dúvida que agimos como Asafe em vários momentos de nossas vidas! Ao desviarmos os olhos de Deus, fixamos o nosso olhar sobre os nossos desejos (interesses pessoais) incessantes e questionamos: “Fala-se tanto que Deus é bom para o Seu povo e, então, por que os orgulhosos e maus alcançam facilmente o sucesso e eu não?”
1. Como devemos olhar para as situações da vida? Com os olhos de Deus ou com os dos sentimentos?
Asafe deixou de olhar com os olhos de Deus para a circunstância e, por isso, faltou-lhe a pureza e, rapidamente, sentimentos e pensamentos errados tomaram conta da sua mente. Olhar para as circunstâncias com os olhos de Deus, fará com que eu avalie sobre qual deve ser o meu comportamento nelas, de acordo com a Palavra de Deus. Essa atitude fará com que eu atue com temor e obediência a Deus, ou seja, com pureza de coração.
Antes de ficar abatido pelas circunstâncias que não entendemos, deveríamos submeter a nossa mente “à ação do Evangelho”, para que o trabalho de poda em nossos sentimentos e pensamentos se realize, a fim de agirmos de modo aprovado por Deus. Como são verdadeiras as palavras de Jesus, quando disse:
Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois elas verão a Deus. (Mt.5:6 NTLH)
Em vez de olhar para Deus e vê-Lo, Asafe preferiu “fixar seu foco de visão” na alegria e no sucesso dos orgulhosos e duvidou da bondade divina. Ao comparar-se com os orgulhosos e maus, ele adotou um sentimento de inveja!
Asafe tinha o conhecimento de que Deus era bom para o Seu povo, mas a sua falta de entendimento sobre a bondade divina sobre o seu caráter o fez agir erroneamente. Antes, ele precisava aprender a olhar para Deus, mais do que para si mesmo. Muitas vezes, nós agimos como Asafe e duvidamos da bondade divina. Então, passamos a nos comparar com os que não andam com Deus e ficamos confusos! Veja o que a Palavra de Deus nos diz:
Não se aborreça (não fique furioso, queimando por dentro de raiva) por causa dos maus, nem tenha inveja dos que praticam o mal. (Sl.37:1 NTLH)
Não tenha inveja dos pecadores. Procure respeitar (temer, respeitar a soberania divina) e obedecer a Deus todos os dias da sua vida. (Pv.23:17 NTLH)
Não se revolte (não fique furioso, queimando de raiva ou irritado) por causa dos maus, nem tenha inveja deles. (Pv.24:19 NTLH)
Os textos bíblicos que acabamos de ler nos ensinam a respeitarmos a soberania divina e o Seu trabalho sobre o nosso caráter. Eles nos ensinam também, que é possível, neste mundo, prosperar (ou ter uma vida bem-sucedida) sem que se ande com o SENHOR. Ele permite que isso aconteça!
Então, ainda que não entendamos todas as coisas, nós devemos nos preocupar em sermos obedientes a Deus e crermos que ele está no controle de todas as coisas. Vejamos o que o sábio diz:
Quando as coisas correrem bem, fique contente (aproveite convenientemente ou com boa compreensão o seu momento); quando as dificuldades chegarem, lembre disto (considere ou reflita sobre isto): é Deus quem manda (envia, prepara, faz acontecer) tanto a felicidade como as dificuldades, e a gente nunca sabe (Ele não deixa que saibamos) o que vai acontecer amanhã. (Ec.7:14 NTLH)
Isso parece um grande mistério! Porém, quando olhamos para a bondade divina, entendemos que Deus prova a nossa fidelidade a Ele, tanto na alegria como na adversidade. O nosso caráter estará sempre sendo aperfeiçoado e, isso se dá, tanto para o nosso bem como o benefício dos outros, que “vendo” o nosso comportamento sadio, “vejam” que é Deus quem está agindo, tanto sobre nossas vidas como dentro de nós. Deus nos aperfeiçoa o tempo todo!
2. Dúvida e a incredulidade: qual é a diferença?
A “dúvida” nasce na mente que está em conflito, enquanto a “incredulidade” nasce da falta de vontade de se entregar a Deus. A pessoa incrédula não quer acreditar, enquanto a que duvida se esforça para acreditar, mas não consegue!
Entretanto, os dois focam para si mesmos, em vez de olharem para Deus.
- O incrédulo não quer perder o controle de sua vida e, por isso, não a entrega a Deus.
- O que duvida é aquele que ouviu, porém, sem a atenção devida, ele não aprendeu.
3. Como você tem definido a bondade de Deus?
Asafe ouviu durante a sua vida que Deus é bom, mas não entendeu a abrangência da bondade divina. Por muitos anos, um tipo de “evangelho da saúde e da riqueza” tem sido pregado em nossas igrejas. As pessoas têm sido forçadas a acreditar que, se viverem o tipo certo de vida e fizerem o tudo o que é correto, o SENHOR será “obrigado” a abençoá-las, ou seja, dar tudo o que elas julgam ser bom para si mesmas.
Lamentavelmente, esse tipo de ensino não é verdadeiro! Nós interpretamos mal a bondade de Deus! Muitas vezes pensamos que a bondade divina se traduz em bênçãos materiais e psicológicas. Perguntemos a Jó sobre a lógica disso? Você acha que, mesmo por um minuto, o que ele suportou foi uma coisa divertida? Claro não foi! No entanto, no final, ele foi trazido para mais perto do SENHOR e foi do agrado de Deus abençoá-lo de modo específico.
O que Deus fez a Jó não significa que fará o mesmo para cada um de nós, obrigatoriamente. O trabalho divino para cada um de Seus filhos é específico e só Ele sabe o que é melhor para a sua e à minha vida.
Invejarmos a falsa prosperidade dos orgulhosos e maus, somente fará com que percamos a confiança em Deus e que troquemos o terreno sólido pelo que é escorregadio. Todavia, ninguém está livre de se sentir confuso em determinadas situações. O grande apóstolo Paulo passou por isso, quando disse:
(…) Algumas vezes ficamos em dúvida (perplexos, sem saber que caminho tomar, ou o que fazer e decidir), mas nunca ficamos desesperados (desanimados, nunca ficamos sem os recursos divinos). (2 Co.4:8b)
Como Paulo conseguia agir desse modo? A resposta está no verso 10 (2 Co.4:10), onde Paulo diz que levava no seu corpo a morte de Cristo (a morte do “EU” Nele – Jesus), a fim de que a vida do SENHOR fosse vista através das ações do seu corpo. Paulo seguia o ensino de Jesus, o qual falava da necessidade do homem morrer para si mesmo e carregar a sua cruz (cf. Mt.10:38).
Então, a dúvida sobre uma situação não deve interferir na sua fé (fidelidade, confiança e submissão) em Cristo. Portanto, ter dúvidas em uma situação não significa que você duvida da Palavra de Deus. Agora, se você ouve a Palavra de Deus com desatenção aprenderá muito pouco sobre o caráter divino e, além da dúvida, a incredulidade se instalará na sua vida, pois, a sua fé não é sólida.
Concluindo:
Asafe ouviu muitas histórias bíblicas sobre a bondade de Deus para com o Seu povo. Entretanto, faltou-lhe, possivelmente, o conhecimento acerca de como Deus o “educa”. Faltou-lhe um conhecimento mais abrangente do significado da bondade de Deus.
Portanto, que a nossa fé em Deus seja sólida. Que não duvidemos da bondade divina, mesmo quando estamos sendo aperfeiçoados por Ele, dentro de uma situação que nos apavora. Que nós entendamos a abrangência da bondade divina, a qual nos oferece o melhor que precisamos para o momento. Caso seja um milagre, uma cura e uma intervenção poderosa de libertação, que fiquemos alegres. Todavia, não O recusemos quando nos educa! (v. Pv.1:7; 6:23; 10:17; 12:1; 23:12)
Que nós confiemos intensamente em Deus, sabendo que Ele controla cada situação de nossas vidas e, em vez de invejarmos os orgulhosos, procuremos viver uma vida que O agrade! (v.Mt.6:33)
Que Deus nos abençoe!