Texto base:
2 Timóteo 1:7
“Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna prudentes.” (2 Tm.1:7 NTLH)
1. O Espírito de Deus dá ao cristão a coragem, a eficácia e o bom senso
A Bíblia deixa muito claro que há dois tipos de medo na dimensão espiritual: o temor do SENHOR (Pv.1:7; 9:10; Ec.12:10) e o medo de se expor publicamente, tanto em favor de Cristo como dos Seus ensinamentos, nas oportunidades determinadas por Deus (Lc.9:26).
O nosso texto base parece conter poucas palavras, mas o seu conteúdo é muito rico em instrução espiritual e como um alerta ao nosso compromisso com Cristo e o Evangelho.
“Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos [i.e. Deus não sopra para dentro dos Seus uma má disposição mental de covardia e timidez]; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder [i.e. força e habilidade para um desempenho eficaz, útil ou produtivo] e de amor [i.e. não um sentimento, mas uma atitude de boa vontade para com o outro] e nos torna prudentes [i.e. disciplinados, de autocontrole, bom senso, moderação].” (2 Tm.1:7 NTLH)
Essa timidez não tem nada a ver com traços da personalidade humana, pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus (Rm.8:14), porque desejam honrar o Pai. Portanto, uma pessoa pode ser tímida por natureza, mas quando se submete às ações do Espírito de Deus, ela O honrará ao realizar o seu trabalho espiritual, tanto em benefício do Reino dos Céus como do próximo.
Por outro lado, há muitas pessoas que não são tímidas por natureza, mas se mostram tímidas ou covardes quanto ao seu compromisso com Cristo. Em relação a estas pessoas, a Palavra de Deus diz que elas não terão parte no Reino de Deus. (Ap.21:8)
O apóstolo Paulo nos diz que Deus nos deu o Espírito Santo (soprou a Si Mesmo, o Seu Próprio Espírito, para dentro de nós), a fim de vencermos a nossa disposição mental de covardia ou timidez, que impede a Sua ação de poder e amor, em nosso favor e por meio de nós, para agirmos com moderação ou bom senso, a fim de propagarmos a Sua bondade e misericórdia aos corações sedentos de Deus e da Sua justiça (Seus preceitos de uma vida justa, digna e sadia).
Então, o Espírito Santo nos é dado por Deus, a fim de que tenhamos habilidades espirituais, e não reuniões cheias de gritaria, histerismo e misticismo, mas para que sejamos eficazes e úteis ao Reino dos Céus.
Nós sabemos que o nosso trabalho ou serviço espiritual envolve o relacionamento com outras pessoas, a fim de ajudá-las a se aproximarem, conhecerem e se firmarem a Deus. O poder do Espírito Santo nos foi dado a fim de aprendermos de morrer para nós mesmos e ensinarmos sobre a vida com Deus a outras pessoas. (At.1:8) Esse poder nos ajuda a seguirmos o exemplo de Cristo, que segue o princípio da morte, ressurreição e o oferecimento da vida eterna.
Para ajudar (evangelizando ou ensinando) pessoas, nós não podemos ficar esperando por um “sentimento” de amor, mas devemos estar prontos e preparados a agirmos com benevolência ou boa vontade, quando prestamos todo o auxílio divino a elas.
No entanto, esse trabalho deve ser feito com alto zelo, tanto espiritual como moral, evitando excessos de religiosidade (fanatismo), manipulações emocionais e dominação, mas que a graça, misericórdia e equilíbrio ou bom senso sejam expressos.
Todo cristão verdadeiro se sente vitorioso e plenamente satisfeito quando permite que o Espírito Santo use a sua vida, para torná-lo útil e eficaz (produtivo, frutífero) no seu serviço em cooperação com Deus. (Mt.5:6) Essa satisfação é uma prova da ação divina em seu interior, de que ele, pela sua coragem e obediência, está em paz ou em amizade com o Pai Eterno. É um sinal da aprovação divina pela sua vida!
Então, a coragem para se viver no Reino espiritual de Deus não exige armas nem a violência humana, mas o desejo de ser amigo do Criador e de saber que os Seus propósitos a todos os seres por Ele criados são elevados.
2. Amar a Deus e ser amigo Dele é o meio de o cristão ser corajoso e vencer seus medos
Satanás usa o medo para que o cristão não tenha prazer em Deus. O medo de se encorajar nos termos de Deus, a fim de que, capacitado por Ele, seja produtivo, generoso e cauteloso para com as situações e as pessoas, abre uma brecha na sua mente ao mundanismo e, por consequência, ele se distancia de Deus. (Tg.4:4; 1 Jo.2:15)
Jesus disse:
Deixo com vocês a paz. É a minha paz [i.e. o caminho que conduz à amizade com Deus] que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá [i.e. oferece, mostra ou gera a inimizade com Deus]. Não fiquem aflitos [i.e. não fiquem agitados, perturbados e interiormente divididos], nem tenham medo [i.e. encolhidos, acovardados, temerosos, tímidos]. (Jo.14:27 NTLH)
Quando Jesus fala da Sua paz, nós precisamos entender o sentido da mesma pela observação do contexto:
- Jesus falou que se os Seus discípulos O amassem, eles guardariam os Seus “mandamentos”. (Jo.14:15)
- Jesus pediria ao Pai que o Espírito Santo (o Auxiliador) fosse derramado sobre eles e vivesse neles. (Jo.14:16,17)
- Jesus voltaria para os Seus e jamais os abandonaria. (Jo.14:18-20)
- Jesus ensinou que aquele que O amasse obedeceria a Sua mensagem (o Evangelho). (Jo.14:24,25)
- Jesus afirmou que o Espírito Santo tanto os ensinaria como faria com que eles se lembrassem de tudo o que já havia ensinado. (Jo14:26)
- Jesus pediu que todos ficassem alegres, pelo fato de Ele ir para o Pai, o Todo-Poderoso. (Jo.14:28,29)
- Jesus disse que o momento de deixá-los se aproximava, assim como a chegada daquele (Satanás) que lidera os mundanos, mas que não tinha poder sobre Ele. (Jo.14:30)
- Jesus disse que obedeceria ao Pai, de boa vontade, a fim de que o mundo conhecesse o Seu amor por Ele. (Jo14:31)
Sob esses termos e com a ajuda do Espírito Santo, todos eles teriam a habilidade de não se afligirem diante das situações que viriam e, portanto, seriam destemidos ou corajosos no seu testemunho cristão, pois eles deveriam crer que toda a mensagem que ouviram, por meio de Jesus (o Evangelho), veio de Deus Pai. (Jo.14:24)
Esse processo de paz, apresentado por Jesus, deve nos guiar a construirmos atitudes corretas, nas diferentes situações de nossas vidas. Vejamos:
- O nosso amor por Ele e os Seus mandamentos – Suas ordens.
- A necessidade de termos uma vida cheia do Espírito Santo.
- Crermos no Seu retorno para buscar a Sua Igreja.
- Que sejamos obedientes aos Seus ensinamentos.
- Termos a confiança que o Espírito Santo nos ajuda a entendermos como nos lembrarmos do que temos aprendido de Jesus.
- Que Deus governa o tempo e a história dos Seus.
- Que Satanás controla este mundo, pela vontade ou desejo dos homens.
- Que aqueles que verdadeiramente estão em Cristo não podem ser dominados pelo Diabo.
- Que a nossa obediência voluntária aos princípios da Verdade divina indica o nosso amor e amizade por Deus.
- Seguindo o exemplo de Jesus, que nós compartilhemos com outras pessoas sobre como Deus deve ser amado.
O Espírito de Deus nos dá a capacidade de sermos corajosos, mas se não formos voluntariosos ou determinados a nos entregarmos ao Seu trabalho para cooperarmos com Deus, de quem seremos amigos? Nós fomos chamados por Deus para O servirmos, para sermos o que antes Dele não éramos – filhos, servos e amigos por amor (por boa vontade, por desejo próprio).
Que a nossa amizade com Deus seja o meio para vencermos todos os nossos medos, até que O vejamos como Ele é na Eternidade!
Que Deus nos abençoe!