João:1:29
No dia seguinte, João viu Jesus vindo na direção dele e disse: — Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo.1:29 NTLH)
Este verso nos fala sobre quando João (Batista) apresentou Jesus como “o Cordeiro de Deus” àqueles que vieram até ele (João) para serem batizados. Sobre a vinda de Jesus, João declara duas coisas: (1) Jesus veio para Se declarar como “o Cordeiro de Deus” e (2) Jesus veio para “tirar o pecado” do mundo.
Nós estamos nos aproximando da Festa da Páscoa e essa celebração é de grande significado a todos os que verdadeiramente creem em Deus e no Seu Filho Jesus, o Messias ou o Cristo. Por que João apresentou Jesus como sendo a revelação “do Cordeiro de Deus” e Aquele que tem o poder para “tirar o pecado do mundo”?
1. A Páscoa celebra a Jesus, “o Cordeiro de Deus”, que tira “o pecado” do mundo, mas não extingue “pecados”
Você não deve confundir “o pecado” com “os pecados”. Quando falamos sobre “os pecados”, o sentido é que desvios ou transgressões das Orientações escritas na Palavra de Deus são praticados e, quando nos referimos sobre “o pecado”, trata-se de uma natureza opressora, perversa e diabólica, existente no mundo e na nossa essência ou natureza humana.
Portanto, a natureza “do pecado” o incentiva a cometer “pecados” e estes têm sua origem e motivação a partir da sua união à natureza maligna. Além disso, a prática de pecados revela a sua disposição para “não conhecer ou rejeitar” o que Deus estabeleceu como sendo o correto.
A prática de pecados indica a disposição tanto para agir em função quanto para permanecer dentro de uma natureza ou ambiente diabólico. É justamente essa natureza pecaminosa que causa o estado caótico de desordem espiritual e moral reinante neste mundo.
Para o bem da verdade, “os pecados” podem ser cometidos por ignorância, mas que agridem a natureza santa de Deus e Suas Instruções (Seu caráter, Sua essência e o ambiente em que Ele está). “O pecado” é uma natureza opressora que, pelo seu caráter ou essência, cria um ambiente perverso no qual a indiferença e a rebeldia a Deus se manifestem. Jesus não veio ao mundo para eliminar “os pecados”, mas “o pecado”. Todavia, isso se dará somente após o Reino Milenar de Cristo. (vd. Apocalipse 20-22)
Então, você comete “pecados” por duas razões: devido à sua falta de conhecimento às Instruções divinas, ou por rejeitá-las. Mas, a partir do momento em que “as conhece” ou “as reconhece”, você confessa os seus erros, pede perdão a Deus e àqueles a quem ofendeu ou prejudicou, e Ele o perdoará. A sua confissão ou arrependimento sincero (vd. Salmos 51:1-15) significa que você “escolheu” não ser partícipe “da natureza do pecado”, mas da “natureza santa de Deus”, e que, a partir desse momento, produzirá frutos do seu honesto arrependimento. (vd. Mateus 3:8. Lucas 3:8)
Farei uso da “Bíblia Viva”, não porque ela seja a melhor tradução da Bíblia, mas para que, através dessa paráfrase (tradução livre em termos mais simples), você entenda o que estamos tratando por meio do ensino do apóstolo João:
1 MEUS FILHINHOS, estou lhes dizendo isto (vd. 1 João 1:5-10) a fim de que vocês [i.e. não pequem e] fiquem longe [i.e. afastem-se, fujam, saiam da natureza, ou do ambiente] do pecado. Mas se vocês pecarem (i.e. mas se vocês cometerem pecados, seja por ignorância ou por rejeição à Lei de Deus); existe alguém para rogar por vocês diante do Pai. O nome dele é Jesus Cristo, Aquele que é tudo quanto é bom e que agrada completamente a Deus. 2 Ele foi quem levou sobre si a ira de Deus contra os nossos pecados, e nos trouxe à comunhão com Deus; e Ele é o perdão para os nossos pecados, e não somente os nossos, mas os do mundo inteiro. 3 E como podemos ter certeza de que pertencemos a Ele? Olhando para dentro de nós mesmos: estamos realmente procurando fazer o que Ele quer que façamos? 4 Alguém poderá dizer: “Eu sou cristão, ou estou no caminho do céu, eu pertenço a Cristo”. Mas se não fizer o que Cristo lhe manda, é um mentiroso. 5 Mas aqueles que fazem o que Cristo lhes manda, aprenderão a amar a Deus cada vez mais. Esta é a maneira de saber se você é ou não é um cristão. 6 Qualquer um que diga que é cristão deve viver [i.e. que procure viver pelo mesmo estilo ou modo] como Cristo viveu. (1 João 2:1-6 – BÍBLIA VIVA)
Compreenda: Jesus ainda não removeu “o pecado” deste mundo porque essa natureza está enraizada tanto em nós como no mundo. Todos nós teríamos de ser destruídos com ela, caso fosse retirada, já que, constantemente, pecamos e ofendemos a Deus. (vd. 1 João:1-8-10; Tito 3:3; Colossenses 3:7; 2:13; Efésios 2:1) No entanto, Jesus nos oferece a oportunidade de sermos resgatados dessa natureza, a fim de adotarmos o estilo de vida que Ele nos ensinou, buscando ser obedientes a Deus. (vd. João 5:19,30)
Desse modo, afirmamos, por meio dos nossos pensamentos, palavras e ações, que desejamos participar da “natureza de Deus” e não da “natureza do Diabo”. Jesus veio para nos dar uma oportunidade de não sermos mais escravos do poder, da influência e do ambiente que “o pecado” domina. Jesus veio para nos dar a chance de nos unirmos a Deus e participarmos de todas as Suas promessas, caso sigamos o Seu exemplo de vida.
2. A Páscoa celebra a Jesus, “o Cordeiro de Deus”, que o libertou do ambiente onde a influência e o poder pecado predominam
A Festa da Páscoa se caracteriza por uma celebração de alegria interior, pela razão de Deus, por meio de Cristo, tê-lo libertado de um sistema de vida mundano ou pagão. Seguindo as orientações divinas, você não apenas a celebra, mas se compromete a ensinar aos seus descendentes (vd. Êxodo 12:26,27) as razões divinas de Ele o ter libertado de uma filosofia de vida afastada de Deus, pedante e escravizante.
A celebração da Páscoa lembra a possibilidade de se unir a Deus, libertando-se de um sistema injusto e pecaminoso, por meio de Cristo. Ao se alimentar de Cristo, “o Cordeiro de Deus”, você se torna participante do Reino de Deus, vivendo sob a Sua direção, poder, proteção e a oportunidade de conhecê-Lo melhor. (vd. João 6:51; Colossenses 1:10-14)
A comemoração da Páscoa foi instaurada por Deus quando o Seu povo ainda estava no Egito. Por quê? Tanto os pagãos como os que andavam desanimados com Deus precisavam ver e conhecer a realidade do poder libertador do Eterno, sobre todo poder opressor que age contra aqueles que desejam servi-Lo e andar com Ele “em peregrinação” neste mundo!
O significado da palavra Páscoa [heb. Pesach] é: “passar por cima, ou por sobre sem parar”. Na versão que usamos (NTLH), entenda o seguinte (Êxodo 12:13): “Eu verei o sangue [i.e. o sangue do cordeiro espargido nos batentes de suas portas] e então passarei por [i.e. Eu passarei por cima ou por sobre] vocês sem parar, para que não sejam destruídos por essa praga [i.e. a décima praga sobre o Egito, a morte dos primogênitos].”
Foi durante a última praga contra os egípcios que Deus instaurou essa “comemoração solene” (i.e. não pedante ou indecente), ou seja, “a Páscoa”. Nessa “Festa Solene”, o povo de Deus reconheceu e celebrou a graça divina e professou a disposição de permanecer em aliança espiritual e moral com o Eterno. Ao celebrar a Páscoa, o povo afirmou pertencer a Ele, seguir Suas instruções e trabalhar para os Seus propósitos. (Esse é o espírito que deve existir quando participamos da “Santa Ceia”)
3. Na celebração da “Páscoa do Cordeiro”, você define a quem deseja pertencer e permanecer
1 O SENHOR Deus falou com Moisés e Arão no Egito. Ele disse: 2 — Este mês (Nissan) será para vocês o primeiro mês do ano. 3 Diga a todo o povo israelita o seguinte: no dia dez deste mês cada pai de família escolherá um carneirinho ou um cabrito para a sua família, isto é, um animal para cada casa. 5 O animal deverá ser um carneirinho ou um cabrito sem defeito, de um ano. 6 Vocês o guardarão até o dia catorze deste mês, e na tarde desse dia todo o povo israelita matará os animais. 7 Pegarão um pouco do sangue e o passarão nos batentes dos lados e de cima das portas das casas onde os animais vão ser comidos. 8 Nessa noite a carne deverá ser assada na brasa e comida com pães sem fermento (o pão sem fermento representava Jesus como o Pão da Vida e também, a necessidade de pureza espiritual e moral ao se alimentarem do cordeirinho) e com ervas amargas (elas representavam o sofrimento de Jesus e, além disso, as tristezas e os sofrimentos do povo sob a escravidão egípcia). 14 Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o SENHOR, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre. (Êx.12:1-3,5-8,14 NTLH)
Após a comemoração da Páscoa, os Hebreus deixaram o Egito e iniciaram uma peregrinação pelo deserto, pois Deus desejava lhes falar. No Monte Sinai, eles receberam a Lei do SENHOR, a fim de que os Hebreus constituíssem uma nação que honrasse o Seu Nome através de uma vida espiritual e moral ajuizada, feliz e organizada sobre a Terra, assim como ela é no Céu, o Lugar da habitação de Deus. (vd. Mateus 6:9,10)
Deus nunca abandona os que Nele têm fé e faz com se tornem participantes do Seu poder e promessas. Animemo-nos uns aos outros na esperança da Vida Eterna e que estejamos sempre firmes, vivendo sob a graça e proteção de Deus, em Cristo Jesus.
Que Deus nos abençoe!
Reflita:
- Qual é a diferença entre “os pecados” e “o pecado”? Como esses conceitos se relacionam com a natureza humana?
- De acordo com o texto, qual é a natureza “do pecado”? Como essa natureza se manifesta no comportamento das pessoas?
- Por que Jesus ainda não retirou deste mundo a natureza do pecado? Quando isso se dará?
- Por que é importante reconhecer nossos erros e pedir perdão a Deus e aos outros? Como isso nos ajuda a abandonar “a natureza do pecado”?
- Como podemos viver de acordo com a “natureza santa de Deus”? Quais são algumas práticas que nos ajudam a permanecer fiéis a Ele?
- Qual é o significado da Páscoa, segundo a Palavra de Deus?
- Antes de Cristo, qual era o seu conceito sobre Deus? E agora? Como Deus tem participado da sua vida? Como você pode testificar da Sua amizade e poder em algum ou em alguns momentos da sua vida?