João 15:4
Textos Bíblicos:
Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo. (Jo.15:4 NTLH)
A nossa aproximação de Jesus deve ser contínua e ir se aprofundando cada vez mais, pois essa atitude demonstra o nosso interesse e prazer por Ele. Então, em Cristo, o que deve ser contínuo? O arrependimento, ter confiança Nele, a nossa transformação espiritual e moral por meio Dele, a nossa missão cristã (fazer o que Jesus nos pediu), ouvir de modo apropriado o que Ele nos diz, a fim de que estejamos em sintonia com Ele, tanto em mente, palavras e ações.
Vamos entender (em parte) as palavras de Jesus, lendo o nosso texto base:
Continuem unidos comigo (estejam permanecendo, residindo, continuamente sustentados por Mim), e eu (e da mesma forma, do mesmo modo, Eu…) continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo. (Jo.15:4 NTLH)
A observação que faço é que aquele que ouve os ensinamentos de Jesus deve permanecer (estar permanecendo) Nele. Então, o ser humano recebe a proposta divina e decide se a aceita ou não. A seguir, Jesus fala sobre a consequência da aceitação de permanecer Nele: Ele também “estará permanecendo” naquele que aceitou a Sua proposta.
- Eu “aceito” Jesus e Ele “me aceita”?
Eu preciso discernir se estou andando com Ele com prazer e me interessando pela Sua Pessoa (pensamentos, palavras, ações e exigências) divina. Eu posso estar ao Seu lado, mas bloqueio em todo o tempo as Suas ações sobre a minha vida!
Por outro lado, eu também preciso discernir se Ele não está aceitando ter comunhão comigo, por saber o tipo de pessoa que sou, ou seja, indiferente, apático, displicente, rebelde e até opositor a Ele!
Veja: eu posso “estar” ao seu lado, mas “não estar” com você propriamente, e por duas razões:
- (EU) Eu estou em sua companhia, mas não o valorizo pela pessoa que é.
- (VOCÊ) Eu estou ao seu lado, mas você rejeita a minha amizade pela pessoa que sou.
Eu já fui em diversas reuniões de oração, onde, geralmente, ouço: “Deus, venha sobre mim, habita em mim! Envia o Teu Espírito e encha todo o meu ser!” Isso está errado? Claro que não! Mas, será que não deveria considerar as razões de a vida estar vazia da presença de Deus?
“SENHOR, eu tenho permanecido Contigo? Eu tenho demonstrado real interesse em uma vida cheia do Espírito? Eu tenho prazer na Tua Palavra e me esforço para aprender o que dizes a mim? Eu me esforço para colocar em prática a Tua Verdade e viver para expressá-la, a fim de viver para a Tua Glória (demonstrar o Teu esplendor, a Tua grandeza, bondade, graça, poder, misericórdia e a Tua justiça) neste mundo? Eu tenho sido verdadeiramente um discípulo de Cristo Jesus”?
Quando alguém se encontra com Jesus no passado e esse encontro não resulta em transformações (espirituais e morais) contínuas e o compromisso com a missão cristã não se segue ou desenvolve, até que ponto esse encontro foi verdadeiro?
- O seu encontro com Jesus foi verdadeiro e a sua permanência Nele, também é verdadeira?
Certa vez, Jesus estava cercado por religiosos hipócritas, os quais O testavam com argumentos zombeteiros ou escarnecedores e, no final dessa argumentação, muitos creram Nele. A estes, Jesus disse o seguinte:
31 Então Jesus disse para os que creram nele: — SE vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos (se permanecerem na Minha Palavra), serão, de fato (na realidade ou conscientemente serão…), meus discípulos 32 e conhecerão a verdade (a Verdade divina se despirá diante de vocês para vê-la e entendê-la como ela realmente é), e a verdade os libertará (os tornará livres do engano, da mentira, da falsidade, do erro e do pecado). (Jo.8:31,32 NTLH)
Seguindo a regra de que devemos sempre observar o contexto de um texto, naquele momento, Jesus apresentou três razões para que o encontro dos que creram Nele continuasse verdadeiro:
- Ser discípulos de Cristo. O discípulo é um aluno, um estudante, alguém que se esforça para aprender, que quer ser instruído. Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, essa escola é diária e perdura até o fim de nossas vidas!
- Conhecer a Verdade. O verbo conhecer era usado como uma expressão idiomática judaica, para relação sexual entre um homem e uma mulher na noite de núpcias, quando ambos, puramente, se viam como eram e se uniam fisicamente em amor. Conhecer a Verdade divina traz grande prazer, um forte desejo de tomá-la e com ela se unir em amor!
- Ser liberto pela Verdade divina. A terceira razão é que quando (conscientemente) escolhemos a Palavra de Deus (Verdade), tomamos a decisão certa por amor a Deus, pelo próximo e por nós mesmos, e, então, abandonamos ou rejeitamos todo engano, a mentira, a falsidade, a hipocrisia religiosa, o erro e o pecado.
No entanto, para que essas três razões sejam verdadeiras, dependerá da nossa permanência em tudo o que Jesus, o nosso Eterno Mestre, diz e com a disposição de obedecê-Lo. Sempre que obedecemos com lealdade de alma ao que Jesus nos diz, estejamos certos que expressaremos a natureza divina, ou seja, Deus poderá ser visto através das nossas ações.
Aqueles que argumentaram com Jesus, não tinham a preocupação de expressar a natureza de Deus em suas ações no dia a dia, pois eles eram rebeldes e desobedientes. Antes, exibiam a sua hipocrisia religiosa, repleta de distorções bíblicas, devido a disposições egoístas e interesseiras e, portanto, eram líderes falsos que só se preocupavam e dominar o povo, a fim de obter vantagens pessoais.
Para muitos, a crença pessoal (sua religião) está acima de Deus e a hipocrisia religiosa é colocada acima da Verdade Eterna. Porém, a Verdade divina sempre encurrala o mentiroso e exige que ele decida entre a luz e as trevas, entre Deus e o Diabo, entre o amor e o ódio.
- Então, quando Jesus me aceita?
- Quando eu estou disposto a permanecer Nele para produzir “fruto”.
A parte “B” do primeiro texto que lemos diz o seguinte: & (…) Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto (no grego karpos = fruta, trabalho para Deus, resultado, utilidade, louvor) se ficarem unidos comigo. (Jo.15:4bNTLH)
Muitos confundem o trabalho para Deus como alguma função dentro da igreja local, mas isso não é a maneira correta de entendermos o termo. O “fruto” se dá em qualquer situação em que estamos e ele (o fruto) corresponde tanto às nossas ações como às reações.
Muitas vezes, nós raciocinamos religiosamente: “Chega, eu sou cristão, mas não sou bobo! Quer saber?” Então, agimos alheios (nas ações reações pessoais) à Palavra de Cristo que está em nós. Expressamos a nossa natureza e não a divina. Essa é a razão de Ele ter dito o seguinte:
7 Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem (perguntarem, interrogarem, solicitarem o que é necessário para um determinado momento). 8 E (desse modo) a natureza gloriosa do meu Pai se revelaquando (todo o tempo que) vocês produzem muitos frutos e assim (consequentemente) mostram que são meus discípulos. (Jo.15:7,8 NTLH)
Nós não devemos confundir “conforto, isenção de problemas” com necessidades essenciais. Devemos lembrar que Deus está sempre trabalhando com o nosso caráter. Por exemplo:
Você quer algo de Deus que o deixará mais confortável e livre de pressões. No entanto, o modo como você vive precisa ser corrigido e, então, Deus permite que você entre em uma situação desconfortável, a fim de trabalhar com o seu caráter e valores pessoais. Jamais devemos desprezar a “soberania divina” (já vimos isso em muitas meditações anteriores).
Às vezes, o que precisamos não é a solução, mas a maneira correta de pensar, sentir e agir, de acordo com a Palavra de Deus dentro de nós, de modo a expressarmos a natureza divina em nossas ações ou reações e, assim, passarmos para outra situação com maturidade espiritual e moral. Lembre-se sempre que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, a fim de refleti-Lo tanto em ações como em reações.
- Que eu esteja obedecendo aos ensinamentos de Jesus, a fim de mostrar que sou Seu discípulo, pelo conhecimento que possuo da Verdade.
No nosso segundo texto, destaco o verso 32:
32 e conhecerão a verdade (a Verdade divina se despirá diante de vocês para vê-la e entendê-la como ela realmente é), e a verdade os libertará (os tornará livres do engano, da mentira, da falsidade, do erro e do pecado). (Jo.8:32 NTLH)
O verso 31 de João capítulo 8 (como já vimos), fala de estarmos obedecendo aos ensinamentos de Jesus, pois eles nos levarão à presença da Verdade divina e, desse modo, compreenderemos o seu valor e utilidade para nos proteger do mal (da malignidade, da perversão e do engano).
Muitas vezes, nossas ações e reações são perversas, cheias de ódio, malignidade, pois, em vez de seguirmos o Espírito de Cristo e Seus ensinamentos (a Palavra de Deus), seguimos o espírito do “Enganador” (Satanás, o Diabo)! Então, tudo se transforma em um verdadeiro caos!
Agindo desse modo, mostramos a natureza de quem estamos seguindo (em nossas ações ou reações), ou seja, a do Diabo, quando deveríamos expressar a natureza de Deus (Seu caráter, bondade, graça, misericórdia, justiça, grandeza e esplendor)!
- Que por meio da minha permanência em Jesus, eu expresse a natureza divina, uma vida aprovada por Deus e produza muitos frutos.
Que eu confie em Deus e, que por meio da Sua Verdade, encontre a vida, a alegria e a “felicidade eterna”! Que eu entenda que Jesus não é “um Solucionador de problemas”, mas o “Caminho para a Verdade que me conduz à Vida Eterna”, uma vida aprovada por Deus! (v. Jo.14:6)
Tu me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre. (Sl.16:11 NTLH)
Que Deus nos abençoe!