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Se você é cristão, então…

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I Pedro 2.9

Texto Base:

Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. (I Pedro 2.9 NTLH)

Vivemos em um país onde existe certa liberdade religiosa, ou onde pelo menos ainda uma pessoa cristã não corre o risco de ser presa e condenada à morte por causa de sua fé, como ocorre em outros países. Na verdade, se somarmos os cristãos que se declaram católicos ou evangélicos, superamos a marca de 80% da população total do Brasil.

Se o País conta com mais de 80% de sua população cristã, por que não vemos os valores cristãos impressos em todos os setores da sociedade e, principalmente, no coração dessa população? Por que a pandemia que o mundo está enfrentando, levou a grande maioria desses cristãos a se comportar como pagã? Por que quando um cristão se posiciona publicamente sobre seus valores, é tratado como alguém fora do normal, sendo que deveria ser o natural para todos, e se não bastasse isso, não é acompanhado pela maioria dos cristãos, que se mantêm no anonimato, dando forças para os menos de 20% da população, fazer o que bem entendem com ele?

Não precisamos fazer um esforço muito grande para entender que a maioria absoluta da população se declara cristã por muitos motivos, menos por ser cristã de verdade, e o nosso texto base nos apresentam alguns elementos que nos ajudam a compreender melhor essa verdade.

1. Seja diferente dos não cristãos

Mas vocês são a raça escolhida (I Pedro 2.9a NTLH)

Em nosso texto base, lemos a palavra “raça” e, em outras versões da bíblia, aparece a palavra “geração”. Não importam as palavras; o importante é o que elas representam. Raça indica diferenças físicas (cor da pele, dos olhos e dos cabelos, formato dos olhos, do nariz, da boca, da cabeça e do corpo); já geração indica diferenças comportamentais (valores, padrão moral, psicológico e princípios que regem suas escolhas).

Ou seja, o cristão verdadeiro precisa ser reconhecidamente diferente das pessoas deste tempo; ele precisa manifestar o padrão moral, emocional e espiritual de Cristo, padrão este que podemos observar em Gálatas 5.22-23:

Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. (Gálatas 5.22-23a NTLH)

São essas as qualidades que as pessoas precisam ver na vida do cristão verdadeiro, porém nem os cristãos mais maduros que você possa conhecer, têm a capacidade para consegui-las por si mesmos. O texto deixa bem claro que quem produz o padrão moral, emocional e espiritual de Cristo é o Espírito Santo, mas para que Ele consiga produzi-los na vida de uma pessoa, ela precisa negar as vontades de sua natureza humana, para realizar a vontade divina (Gálatas 5.16-18).

Só até aqui, já entendemos o porquê de os valores cristãos não serem vistos na sociedade, pois a grande maioria das pessoas vive para atender aos seus próprios desejos (natureza humana) e, quando essas pessoas vão para a igreja, vão com a intenção de que Deus as ajude a conseguirem o que a sua natureza humana deseja, e não o que Ele quer.

2. Seja dedicado ao serviço de Deus

Mas vocês são… os sacerdotes do Rei (I Pedro 2.9a NTLH)

Na segunda parte de nosso texto base, entendemos que o cristão precisa ser “sacerdote”, ou seja, uma pessoa que é separada para servir exclusivamente a alguém, que no caso, é para serviço exclusivo de Deus. O sacerdote é alguém que tem muitas responsabilidades dentro do Reino de Deus, mas não tem direitos, pois sua herança é o que Deus reparte com ele.

Portanto, entendemos que o cristão verdadeiro tem muitas responsabilidades a serem cumpridas dentro do Reino de Deus, mas não tem o direito de exigir nada da parte de Deus. Por outro lado, desfruta daquilo que Deus em sua misericórdia e alegria, por estar cumprindo a Sua vontade reparte com ele.

É importante destacar que se o sacerdote é alguém separado, e a separação a que nos referimos é a que comentamos no primeiro tópico, ou seja, a separação de nossa natureza humana, para que o Espírito Santo tenha condições de produzir em nós o padrão moral, emocional e espiritual de Cristo (o Fruto do Espírito), habilitando-nos para servirmos a Deus.

Muitos cristãos nem sequer recebem as qualidades de Cristo, como comentamos no primeiro tópico. O segundo grupo, ainda que tenha a ação em si do Espírito Santo, não as recebem, por não ter a disposição de servir exclusivamente a Deus, pois não quer abrir mão de seus projetos pessoais. Sendo assim, o grupo daqueles que se declaram cristãos, mas que não manifestam o Cristianismo na sociedade, aumentou mais um pouco.

3. Seja comprometido com a família de Deus

Mas vocês são… a nação completamente dedicada a Deus (I Pedro 2.9a NTLH)

Na sequência, o nosso texto base diz que os cristãos são uma “nação”. Muitos confundem esse termo com “país”, que está associado a um território físico, mas nação, na verdade, é um termo utilizado para descrever uma população que está comprometida com os mesmos alvos materiais, morais e espirituais, mesmo que estejam em territórios diferentes.

Portanto, o cristão verdadeiro se compromete coletivamente com os membros de sua igreja local, a fim de que juntos, um possa colaborar com o outro na prática dos valores e alvos do Reino de Deus, pois o seu desejo é cumprir a vontade divina, abençoando a vida do próximo.

Com isso, eliminamos muitos dos que se declaram cristãos, expandido o grupo daqueles que não manifestam o Cristianismo na sociedade, pois são incapazes de se comprometerem com uma igreja local, mas só se comprometem enquanto a igreja é útil aos seus propósitos, trocando de igreja sempre que esta deixa de lhes atender ou por acreditarem que vão conseguir coisas melhores.

4. Seja um bom investimento para Deus

Mas vocês são… o povo que pertence a ele. (I Pedro 2.9a NTLH

Na sequência, o nosso texto base diz que o cristão verdadeiro “pertence” a Deus; em outras versões da Bíblia, aparece a expressão “adquirido”, ou seja, significa que o cristão verdadeiro não pertence mais a si mesmo, mas tem um Senhor, que é Jesus. Portanto, ele não tem mais o direito de escolher atender a si mesmo, mas de atender exclusivamente a vontade de seu Senhor. Por isso precisa parar de lutar contra Deus ao buscar seus sonhos pessoais e passar a colaborar com Ele ao cumprir os Seus sonhos.

Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele. (I Coríntios 6.19b-20 NTLH)

Como podemos observar, a Bíblia deixa bem claro que pertencemos a Deus, pois Ele nos comprou, pagando um preço muito caro por nós, que foi a morte de Cristo na cruz, para que nossas vidas manifestem a glória Dele neste mundo. Portanto, sempre que um cristão manifesta a natureza humana ou os valores deste mundo, na verdade está recusando o sacrifício de Cristo na cruz, alegando que o preço que foi pago não é suficiente, promovendo-se à condição de divindade.

Com tudo isso, entendemos que dos 80% dos brasileiros que publicamente se declaram cristãos, aproximadamente 20% deles são cristãos de verdade, e que o restante são cristãos nominais. Por isso é que estamos vendo a sociedade caminhar a passos largos em direção ao mundanismo, enquanto as igrejas se tornam cada vez mais ricas e poderosas por oferecerem o que as pessoas querem.

5. Seja frutífero no Reino de Deus

Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. (I Pedro 2.9b NTLH)

Com essa última parte de nosso texto base, entendemos que o motivo pelo qual o cristão verdadeiro se torna praticante dos quatro tópicos anteriores, é para que ele tenha condições de revelar Deus ao mundo. Mas se apenas um deles não for verdade na vida do cristão, será impossível que o mundo consiga conhecer a Cristo por intermédio de sua vida, uma vez que a única coisa que pode ser revelada por ele é a natureza humana.

Os frutos aos quais o tópico se refere, são pessoas que Deus resgatou e transformou por meio de nossas vidas, que podem ser pessoas que já fazem parte da igreja, mas não têm um compromisso profundo com Ele, como também aqueles que nunca tiveram a oportunidade de conhecê-Lo. Para isso, não precisamos ser grandes conhecedores de Bíblia, mas precisamos ser pessoas disponíveis em Suas mãos, e que saibamos explicar como Cristo nos tirou de uma condição onde éramos inimigos Dele (fazíamos a nossa vontade), para uma condição de amigo Dele (fazemos a Sua vontade).

Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele. A nossa mensagem é esta: Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos e, por meio de Cristo, ele está fazendo com que eles sejam seus amigos. E Deus nos mandou entregar a mensagem que fala da maneira como ele faz com que eles se tornem seus amigos. (II Coríntios 5.18-19 NTLH)

Se todos os que se declaram cristãos no País fossem cristãos de verdade, manifestariam a plenitude de nosso texto base e veríamos na sociedade os valores cristãos sendo manifestados, como também estranharíamos quando não fossem, e não o contrário, como acontece nos dias atuais.

Portanto, avalie sua vida e verifique se está:

  • Sendo diferente dos não cristãos;
  • Sendo dedicado ao serviço de Deus;
  • Sendo comprometido com a família de Deus;
  • Sendo um bom investimento para Deus;
  • Sendo frutífero no Reino de Deus.

Caso contrário, está contribuindo, mesmo sem querer, para que Cristo seja cada vez menos conhecido no mundo, e por isso deve se realinhar com Deus, a fim de se tornar para o mundo o que Ele quer que seja.

— Vocês são o sal para a humanidade (dar sabor, conservar, antisséptico – animar, dar esperança, purificar o mundo); mas, se o sal perde o gosto (contato com a areia), deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam. (Mateus 5.13 NTLH)

Que Deus nos abençoe!

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