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(Deuteronômio 8:1-3)
Há um questionamento que devemos fazer como cristãos: “Por que estou procurando andar com Jesus?” O que eu questiono é sobre a nossa motivação a buscarmos Jesus. Muitos, infelizmente, O buscam por motivos errados, como se ele fosse apenas uma fonte de provisões para os seus momentos de crise.
Como eu disse no início dessas meditações, usarei eventos do Velho Testamento, a fim de aprendermos com eles sobre o que devemos ser e fazer para agradarmos a Deus. Como o apóstolo Paulo ensina, nós devemos atentar para os eventos da Antiga Aliança, pois eles nos servem de exemplos e avisos acerca do nosso relacionamento com Deus, pois nós estamos vivendo o final dos tempos, segundo Jesus ensinou. (cf. 1 Co.10:11)
1. Celebremos sempre a nossa saída do “mundanismo”, pois ela foi um ato sobrenatural de Deus.
Nós sabemos que o “mundanismo” é uma filosofia de vida que se opõe às verdades, princípios e valores do Reino de Deus. Jesus disse que nós vivemos no “mundo” (dentro do mundanismo), mas não pertencemos a ele. (cf. Jo. 15:18,19; 17:6-16) Portanto, a quem pertencemos? Nós pertencemos a Deus, por meio da Verdade Divina. Então, nós provamos que somos de Deus quando O amamos, guardamos a Sua Palavra e seguimos a Sua vontade e planos.
No Velho Testamento, nós temos a história de Israel vivendo no Egito sob intensa escravidão. Esse povo não pertencia ao Egito, mas a Deus. Os reis egípcios não tinham o direito de se apoderarem de um povo que não lhes pertencia, e Deus decidiu que chegara o tempo dos israelitas serem retirados de lá.
Então, Deus enviou o Seu servo Moisés, que pregou a vontade Divina, tanto para os egípcios como para os filhos de Israel. Nós sabemos que o Faraó endureceu o coração para a Verdade Divina, mas o povo de Israel, pelo menos naquele momento, creu e aceitou Moisés como o líder-libertador, enviado por Deus.
Deus “amou” o Egito (na Bíblia, o Egito representa o mundo, a morte e a escravidão mundana), pois não pretendia lhe causar nenhum dano, desde que aceitasse a mensagem e os primeiros sinais de Moisés como provas da vontade de Deus. Entretanto, com o endurecimento do coração do Faraó, todo o Egito sofreu com as pragas e só liberou o povo de Deus depois da décima, quando o próprio Faraó experimentou a morte do seu primogênito. O seu orgulho fez com que todo o povo egípcio sofresse da mesma praga.
O “mundo” sustenta um espírito orgulhoso e não aceita perder para Deus, e por isso, o Faraó, cheio de orgulho, enviou o seu poderoso exército para destruir o povo de Israel que marchava pelo deserto, a caminho da Terra Prometida.
Assim como os hebreus, eu e você não deixaríamos a vida “mundana” (vida que contraria a vontade Divina) sem a intervenção milagrosa de Deus. Para os judeus, Deus enviou Moisés e, para nós, Ele enviou Jesus, que é o nosso Eterno Líder e Salvador! Portanto, nós não estamos salvos de todos os perigos do mundo, mas fomos salvos do poder dele. A nossa salvação final dependerá de como nos portamos nos “desertos ou em nossos tempos de solidão”.
Assim como Faraó não aceitou a perda dos israelitas, Satanás não aceita que sejamos libertados da filosofia que ele criou. O Faraó enviou um exército poderoso para destruir o povo de Deus no deserto e Satanás fará o mesmo, usando o seu exército de demônios.
A passagem do Mar Vermelho e a morte dos egípcios.
Imagine a cena: Perseguidos ferozmente pelo exército egípcio e tendo à frente um mar como obstáculo! A morte seria inevitável! De repente, Moisés estende o seu cajado, o vento começa a soprar e as águas do mar passam a se agitar tremendamente!
A nuvem que ia à frente dos judeus dirigiu-se para trás e ficou entre o povo de Israel e os egípcios. Naquela noite, a coluna de fogo impedia o avanço do exército egípcio, mas iluminava e protegia os israelitas! Assim, os egípcios não podiam avançar contra os israelitas! Foi assim a noite inteira.
Enquanto isso acontecia, Moisés manteve o seu cajado direcionado para o Mar Vermelho e o Senhor levantou paredes de água de cada lado, abrindo um caminho entre as águas, por meio de um forte vento que soprou a noite toda, tornando o fundo do mar em terra seca! Desse modo, os israelitas puderam atravessar o mar a seco, por meio desse grande milagre feito pelo Senhor, o Todo-Poderoso! (cf. Êx.14:15-30)
Imaginemos os pensamentos e sentimentos que ocorreram dentro de cada pessoa que fazia parte daquele povo! O versículo 30 de Êxodo 14 nos diz:
&Quando viram o poder com que o SENHOR havia derrotado os egípcios, os israelitas o temeram. E creram em Deus, o SENHOR, e no seu servo Moisés. (Êx.14:31 NTLH)
Antes desse milagre, os israelitasestavam murmurando contra Moisés, perguntando sobre as razões de ele os ter levado ao deserto. Era para que morressem e ficassem espalhados pelas areias quentes e áridas? Depois do milagre, o ânimo de todos mudou, pois sem dúvida, diziam entre si que jamais haviam visto tal coisa, que nunca abandonariam a Deus e nem duvidariam da Sua Palavra.
Miriam, a irmã de Moisés, toca o seu tamborim e todos dançam de alegria em celebração a Deus. Todos a acompanham e realmente há “uma festa” no deserto para Deus. O canto é de júbilo e de grande vitória! Todos prometem fidelidade a Deus!
2. Em “tempos de solidão ou desertos”, Deus nos dá o que precisamos, e por isso, estejamos contentes com as Suas provisões.
O cenário muda: a alegria desaparece e dá lugar à murmuração.
Vários dias se passaram depois da abertura do Mar Vermelho. Eles continuam marchando, segundo as ordens de Moisés, em meio a serpentes e escorpiões. O sol é escaldante e o calor é insuportável. O povo está com sede e faminto. As danças desapareceram, as canções se emudeceram e o que existe é uma murmuração constante contra o seu líder Moisés: “Por que você nos trouxe para esse deserto? Para que nós e nossos filhos morramos de sede e de fome?”
Deus, na Sua bondade, deu àquele povo água potável (cf. Êx.15:23-27; veja também Êx.17:1-7) e uma comida maravilhosa que descia do céu todas as manhãs, ou seja, o maná que também é chamado na Bíblia de o “pão dos anjos”. (cf. Sl.78:25; veja também Êx.16)
Reflitamos seriamente: Deus não tiraria o Seu povo do Egito para matá-lo no deserto! Elas não eram pessoas errantes num deserto sem caminhos, pois o próprio Deus ia à frente de todos, mostrando a direção que deviam tomar. O Senhor não abandona o Seu povo, não o deixa errante, confuso, sedento, fraco, faminto e sujeito a morrer nos seus “desertos ou tempos de solidão”.
Deus não nos coloca em “desertos ou em tempos de solidão”, a fim de nos destruir. Ele cria esses períodos para provar as “motivações do nosso coração”. Qual o propósito de Deus em toda aquela situação? Vamos ler o nosso texto base: Deuteronômio 8:1-3.
&1 Moisés disse ao povo: – Tenham o cuidado de obedecer a todas as leis que hoje eu estou dando a vocês, para que vocês vivam e se tornem mais numerosos, e entrem e tomem posse da terra que o SENHOR Deus jurou dar aos nossos antepassados. 2 Lembrem como o nosso Deus guiou vocês pelo deserto esses quarenta anos. Durante essa longa caminhada, Deus os humilhou e os pôs à prova para saber se estavam resolvidos ou não a obedecer aos seus mandamentos. 3 Ele os deixou passar fome e depois lhes deu para comer o maná, uma comida que nem vocês nem os seus antepassados conheciam. Deus fez isso para que soubessem que o ser humano não vive só de pão, mas vive de tudo o que o SENHOR Deus diz. (Dt.8:1-3 NTLH)
O texto nos fala de duas ordens dadas por Moisés:
- (8:1) “Tenham o cuidado de obedecer…” Eles foram chamados para obedecer a Deus e essa atitude lhes traria benefícios.
- Em “tempos de solidão ou desertos” obedeçamos a Deus, pois o Senhor se alegrará e trará benefícios.
- (8:2,3) “Lembrem como o nosso Deus guiou vocês pelo deserto…, os pôs à prova…, os deixou passar fome e depois lhes deu para comer o maná…” Eles deveriam se lembrar de tudo o que Deus já havia feito por eles no “deserto”.
- Em “tempos de solidão ou desertos”, devemos sempre nos lembrar de como Deus tem sustentado nossas vidas.
- Os “tempos de solidão ou desertos” são períodos de testes ou de provação Divina.
- Em “tempos de solidão ou desertos”, recebemos “milagrosamente” o que precisamos para subsistirmos e persistirmos.
- Os “tempos de solidão ou desertos” são períodos criados e permitidos por D
eus, a fim de confiarmos no que Ele diz na Sua Palavra, ou seja, na Bíblia. “Deus fez isso para que soubessem que o ser humano não vive só de pão, mas vive de tudo o que o SENHOR Deus diz.”
- O texto nos diz que foi Deus Quem promoveu tudo isso e não o Diabo.
O maná era o melhor dos alimentos.
O maná era um alimento desconhecido e o seu sabor era como de um bolo de mel e azeite. Era o alimento necessário para aquele período. Todas as manhãs ele caía do céu e o povo só poderia recolher “uma porção para cada dia”. Caso as pessoas tentassem recolher mais do que era necessário para cada dia, o maná estragava. Porém, no sexto dia, o povo recolhia duas porções do maná, pois ele não caía do céu aos sábados.
Eles tinham tudo o que precisavam, ou seja, alimento, provisões e proteção.
Então, o povo de Deus tinha alimento, proteção contra o frio (coluna de fogo) e contra o calor (a nuvem). Suas roupas e sandálias não se gastavam. Tudo era um grande milagre! Em tudo, a mão de Deus era vista e dava aos israelitas o que precisavam e não o que desejavam.
Deus estava provando o coração do Seu povo.
Ora, que prova era aquela, se eles tinham tudo o que precisavam? Qual era o objetivo de Deus ao provar Seu povo? Deus queria provar as motivações do coração daquelas pessoas no “deserto ou em tempos de solidão”.
A prova consistia em saber se o Seu povo O amava mais do que tudo aquilo que deixaram para trás; se O desejavam mais do que as coisas deste mundo; se teriam fome e sede da Sua presença e não dos prazeres e conforto que este mundo promete.
3. Tenhamos muito cuidado para não sermos influenciados por aqueles que estão entre nós com uma cultura mundana.
A influência dos estrangeiros.
&4 Havia estrangeiros viajando com os israelitas. Eles estavam com muita vontade de comer carne, e até mesmo os israelitas começaram a reclamar, dizendo: – Ah, se tivéssemos um pouco de carne para comer! 5 No Egito comíamos quanto peixe queríamos, e era de graça. E que saudades dos pepinos, dos melões, das verduras, das cebolas e dos alhos! 6 Mas agora acabaram-se as nossas forças. Não há mais nada para comer, e a única coisa que vemos é esse maná! (Nm.11:4-6 NTLH)
Por que havia estrangeiros entre o povo de Deus? Por que viram a grande manifestação de Deus no Egito, que desafiou e venceu seus falsos deuses? O que eles esperavam? Uma vida mais rica e sem a pressão do Faraó? Uma vida fácil? Se essas motivações estavam dentro de seus corações, eles estavam errados!
Eles passaram a ter saudades do Egito e das coisas que lá possuíam. Influenciados pelos estrangeiros, o povo de Deus também começou a reclamar da situação em que estava no deserto. “Parece” que lhes era preferível sentir saudade da escravidão, dos açoites e todo o sofrimento que passaram nas terras do Faraó, do que o período de crescimento e amadurecimento pelo conhecimento do caráter de Deus.
Deus atendeu às suas reclamações e lhes deu carne, mas isso lhes trouxe um preço muito alto, pois pela gula da carne, eles se afastaram de Deus e definharam espiritualmente. (cf. Sl.106:13-26)
Esse povo não foi inteiramente destruído devido à intercessão de Moisés. Porém, Deus jurou que aquelas pessoas não desfrutariam da Sua promessa e que morreriam no deserto. Esse definhamento espiritual fez com que aquele povo não fosse aprovado por Deus e por isso, aquela geração não entrou na Terra Prometida.
Qual era o problema em pedir carne? Nenhum! Mas o problema estava na motivação do pedido! O povo de Israel estava “insatisfeito com Deus” e o seu desejo revelava o intenso anseio pelas coisas antigas! O povo de Deus sentia água na boca, quando lembrava as coisas do Egito (mundo). Nós encontramos dentro da Igreja muitas pessoas com os mesmos sentimentos – a saudade do mundo!
A partir daquele momento, Deus levantava uma nova geração – a geração de Josué, o substituto de Moisés.
4. Saibamos que é “em tempos de solidão ou desertos” que Deus separa a palha do trigo!
É em tempos de aridez que Deus elimina os murmuradores, rebeldes e aqueles que causam contendas dentro de Sua Família. É em tempos de aridez que Deus purifica o Seu povo, da mesma forma que se separa a palha do trigo.
O erro de muitos em nosso tempo é o de buscar apenas os benefícios das promessas Divinas e não o conhecimento “Daquele” que faz as promessas. Uma coisa é buscar a Deus por aquilo que Ele pode nos dar; outra bem diferente é buscá-Lo pelo que Ele é!
- No primeiro caso, busca-se o ben
efício e o motivo é o egoísmo (interesses pessoais). Esse tipo de motivação gera apenas um relacionamento frágil, imaturidade e falta de compromisso com o Reino de Deus. - Quando se busca a Deus por aquilo que Ele é, constrói-se um relacionamento sadio, forte e durável. A pessoa se compromete com os planos de Deus e se torna persistente, pois é fiel a Ele e à Sua Palavra.
Por que nós queremos andar com Cristo? Porque alguém nos pregou que teríamos tudo o que quiséssemos? Que com a ajuda Divina, estaríamos livres de todos os problemas? Que seríamos financeiramente prósperos? Se essas coisas não estão acontecendo, o que faremos? Nós abandonaremos a nossa fé, por causa do período de “deserto”? Nós nos sentimos enganados? Não nos esqueçamos das palavras de Paulo:
&“Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam.” (1 Co.2:9 NTLH)
É fácil duvidar de Deus em tempos de provas. Mesmo tendo visto tantos sinais, milagres e curas, aquele povo não se fortaleceu na fé. Crer em Deus é importante, mas a obediência a Deus prova o quanto Ele é importante para você! A crença sem a obediência se desvanece!
5. Cuidado ao seguirmos milagres, pois poderemos deixar de lado a vontade de Deus e conhecermos Quem realmente Ele é!
Nunca se ouviu na história que milhares de pessoas juntas puderam ver com os seus próprios olhos tantos milagres e provisões para o dia a dia em pleno deserto! Como existem pessoas descontentes na Igreja! Elas perderam o “primeiro amor” a Deus! Não esboçam nenhum sacrifício por Ele! Não entendem nada sobre a fé cristã.
Enquanto recebem o querem, sentem-se felizes e animadas, mas na hora da provação os verdadeiros motivos de seus corações vêm à tona. Eles seguem a Cristo por motivos ou interesses pessoais. Eles não amam a Deus e a Sua Igreja como deveriam; antes, tornam-se mesquinhos, avarentos, pessoas cheias de egoísmo e, certamente, receberão a desaprovação Divina. O futuro dessas pessoas é a morte em seus “tempos de solidão ou desertos”!
Deus está colocando a Sua Igreja em um tempo difícil e os líderes religiosos deveriam conhecer os sinais dos tempos. Eles dizem que tudo está bem, que Deus não permite o sofrimento a ninguém e que aquele que crer viverá uma vida cheia de bens neste mundo.
Esse é o povo que segue sinais e que deseja ver cada vez mais milagres e milagres. Esse tipo de gente não consegue crer com o coração e nem confessa uma fé verdadeira em Cristo, mas apenas crê no que vê e recebe.
Vejamos um exemplo do que estou falando em uma das passagens da vida de Jesus:
&24 Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo. 25 A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele: – Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui? 26 Jesus respondeu: – Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. (Jo.6:24-26 NTLH)
O fato de você receber milagres não prova que verdadeiramente tem fé. Para que servem os milagres e sinais Divinos? Leia novamente o versículo 26: “vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres.” Eles não entenderam a razão dos milagres.
Tanto os sinais como os milagres Divinos dão a orientação do rumo a ser seguido. Eles nunca apontam para si mesmos. Aquele povo procurou a Jesus não como Seu Messias, mas porque queria encher o estômago. Não são poucas as pessoas que em nossos dias estão buscando a Jesus por motivos errados. Elas frequentam igrejas, por causa das bênçãos Divinas e não porque querem amar mais a Deus e aprender mais Dele.
Aos olhos de muitos, Jesus é apenas um produto de “mil utilidades”! Muitos pregadores, líderes e, por conseguinte, o próprio povo, O reduz a um produto de mercado.
A minha esperança é que tomemos uma posição firme de fé:
- Desejemos servir a Deus porque O amamos e não por interesses pessoais.
- Desejemos crescer, sermos preparados por Deus e comprometidos com Ele e com Seus planos.
- Desejemos aprender a estarmos contentes com o que Ele nos dá em tempos específicos.
- Desejemos enfrentar os “desertos”, terminar a carreira, guardar a fé e depois de tudo, descansar no Céu!